A polêmica envolvendo o laboratório PCS LAB Saleme no Rio de Janeiro chocou o Brasil. Ao todo, os transplantes feitos pela instituição contaminaram sete pacientes com HIV. Mas, e quanto aos que receberam córneas dos doadores com a doença? Eles também foram contaminados?
De acordo com informações do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e da Sociedade Brasileira de Córnea (SBC) nesta segunda-feira (14), os pacientes que receberam as córneas de doadores infectados por HIV no Rio de Janeiro não contraíram o vírus.
Mas por quê?
Segundo as entidades, isso provavelmente ocorreu por se tratar de um tecido que não possui vasos sanguíneos. Elas também reforçaram que não há relato na literatura médica da transmissão do HIV por meio do transplante de córnea.
“O que ocorreu no Rio de Janeiro foi um fato isolado, embora gravíssimo, decorrente do erro de exame sorológico realizado por um único laboratório, não correspondendo ao nível de excelência que se tem em toda a rede envolvida no sistema”, afirmaram.
As entidades enfatizaram ainda que “o sistema brasileiro de transplantes é o maior sistema público de transplantes do mundo, possuindo um alto nível de confiabilidade e transparência”.
Além do CBO e da SBC, diversas sociedades médicas se manifestaram sobre o caso de transplante de órgãos de doadores com HIV.
“A entidade espera que as circunstâncias que levaram à contaminação pelo vírus HIV de pacientes transplantados no sistema de saúde do Rio de Janeiro sejam o mais brevemente esclarecidas e conduzam a melhorias na prestação e fiscalização da qualidade dos serviços laboratoriais do país, tanto na iniciativa pública, quanto privada, lembrando que há normas sanitárias rígidas para a segurança dos procedimentos”, disse a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu nota reforçando sua “confiança nas práticas atualmente adotadas para garantir a segurança de doadores e receptores de transplante”.
A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) também ratificou a segurança nos transplantes. “Apesar dos eventos recentes no Rio de Janeiro, reforçamos que o país tem protocolos rigorosos que garantem a segurança do processo de doação, incluindo exames sorológicos não apenas do HIV, mas também hepatites, além de doenças bacterianas e virais.”
Estadao Conteudo
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