Pressão arterial ’12 por 8′ não é mais normal? Entenda o porquê
Os pacientes com pressão elevada, mas que ainda não atingem a faixa de hipertensão, necessitam de uma avaliação personalizada.
O Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em agosto de 2024, anunciou novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento da hipertensão. O cardiologista Victor Hugo Sabino afirmou que os novos valores indicam que os médicos não consideram hipertensos pacientes com pressão abaixo de 120/70 mmHg (12 por 7).
Agora, os médicos classificam pacientes com pressão entre 12 e 13,9 por 7 e 8,9 como tendo pressão arterial elevada. Os especialistas diagnosticam a hipertensão quando os valores chegam a 140/90 mmHg (14 por 9). Caso um médico considere a pressão arterial de um paciente elevada ou hipertensa durante a consulta, ele recomenda confirmar esses valores fora do consultório.
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Para isso, os profissionais devem usar métodos validados, como aparelhos específicos, em vez dos comuns em farmácias. Além disso, eles indicam exames complementares, como o Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e a Medida da Pressão Arterial de 24 horas (MRPA), para garantir a precisão dos resultados.
Os pacientes com pressão elevada, mas que ainda não atingem a faixa de hipertensão, necessitam de uma avaliação personalizada. O objetivo é determinar se o tratamento é realmente necessário, especialmente para aqueles com fatores de risco, como maior chance de AVC ou infarto. Nesses casos, os médicos recomendam o tratamento para reduzir esses riscos.
Estudos sobre a pressão arterial
Estudos com populações indígenas, como os yanomamis, e em esquimós, mostraram que a pressão arterial tende a ser mais baixa em populações que evitam dietas ocidentais ricas em sódio. Esse dado fortalece as novas diretrizes, que estabelecem a meta de 120/70 mmHg como ideal.
Os avanços tecnológicos e estudos em cardiologia indicam que níveis mais baixos de pressão arterial ajudam a preservar vasos sanguíneos e órgãos vitais, como coração, cérebro e rins.
A pressão elevada causa desgastes nesses órgãos, e pesquisas recentes confirmam que até mesmo leves aumentos na pressão podem acelerar esse desgaste. Assim, ressaltando a importância das novas faixas de normalidade.
Embora a nova diretriz europeia tenha sido estabelecida, a diretriz brasileira ainda mantém os valores anteriores. No entanto, espera-se que no próximo ano o Brasil alinhe suas orientações com as europeias, garantindo maior consistência nos tratamentos.
Estudos recentes que embasaram essas recomendações mostraram que pacientes com pressão abaixo de 120/70 mmHg apresentam menor mortalidade e menos eventos cardiovasculares.
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