Dólar em alta “repentina”: confira os impactos para o Real
Com essa nova valorização, o dólar acumula alta de 20,96% frente ao real em 2024, refletindo tanto o cenário econômico interno quanto externo.
A cotação do dólar em relação ao real apresentou uma nova alta expressiva nesta sexta-feira (1), encerrando a sessão no maior nível desde maio de 2020, período inicial da pandemia de Covid-19. A moeda fechou o dia a R$ 5,869, acumulando alta semanal de 2,90% e elevação de 20,96% no ano.
Dólar chega a R$ 5,869 e atinge nível máximo desde 2020
Em meio a um cenário global de incertezas e pressões econômicas, o dólar norte-americano voltou a fechar em alta nesta sexta-feira, 1º de novembro. A moeda alcançou R$ 5,869, seu maior valor em quase quatro anos e meio. Essa cotação reflete o maior fechamento desde 13 de maio de 2020, no início da pandemia de Covid-19, quando a moeda encerrou o dia a R$ 5,900.
Durante a sessão, o dólar chegou a registrar uma máxima de R$ 5,874, representando uma alta de 1,53% em relação ao fechamento anterior. Esse avanço do dólar frente ao real reflete uma tendência que se consolida não apenas em relação à moeda brasileira, mas também diante de outras divisas de mercados emergentes.
Cenário global favorece alta do Dólar
A valorização do dólar, no entanto, não foi um movimento isolado. No exterior, a moeda norte-americana também subiu 0,32% frente a uma cesta de moedas principais e apresentou desempenho de alta em relação a outras moedas de economias emergentes, semelhantes ao real. Por exemplo, o peso mexicano recuou 1,32% em relação ao dólar, o rand sul-africano teve queda de 0,57%, enquanto a lira turca cedeu 0,24%.
Além disso, o aumento de juros nos Estados Unidos, aliado às tensões geopolíticas e às expectativas de desaceleração econômica em países da zona do euro, impulsiona a demanda pela moeda americana como ativo seguro. Consequentemente, esse contexto impacta negativamente o real, além de outras divisas de mercados emergentes.
Dólar registra alta de 20,96% no ano em relação ao Real
Com essa nova valorização, o dólar acumula alta de 20,96% frente ao real em 2024, refletindo tanto o cenário econômico interno quanto externo. A pressão sobre o real aumenta a preocupação de investidores. Há o risco de que o dólar continue subindo com as tensões internacionais e possíveis ajustes na política monetária dos Estados Unido. Além disso, há fatores econômicos domésticos.
Impactos no Brasil
A valorização do dólar tem repercussões diretas para a economia brasileira. Entre os principais impactos estão o encarecimento de produtos importados. Há ainda, o aumento dos custos de produção para empresas que dependem de matérias-primas e insumos do exterior. Esse cenário tende a pressionar a inflação, gerando efeitos negativos no consumo e na recuperação econômica do país.
Especialistas alertam que a continuidade dessa tendência de alta pode exigir medidas do Banco Central do Brasil para conter a volatilidade cambial. Estratégias como intervenções no mercado de câmbio ou ajustes na taxa de juros podem ser consideradas caso o dólar siga com valorização acentuada.
Perspectivas para o Dólar e o Real
A expectativa, portanto, é de que o dólar continue sob forte influência de fatores globais, como a política monetária dos EUA e o cenário econômico da zona do euro, além das tensões geopolíticas. Ao mesmo tempo, internamente, a política fiscal e as diretrizes econômicas do governo brasileiro também desempenharão um papel importante para determinar o comportamento do real nos próximos meses.
Enquanto o dólar se fortalece, os investidores, por sua vez, monitoram de perto os movimentos do Banco Central e aguardam possíveis sinais de intervenção. Assim, essa valorização do dólar frente ao real torna-se um fator de incerteza que pode afetar ainda mais os preços no mercado e o poder de compra da população.
Por fim, a valorização do dólar frente ao real e outras moedas emergentes evidencia as tensões econômicas globais e o movimento de investidores em busca de ativos seguros. Com o dólar alcançando R$ 5,869, o maior patamar desde maio de 2020, a economia brasileira, portanto, deve se preparar para os impactos de uma moeda americana cada vez mais forte.
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