Guaçuí: pastora denunciada por suposto crime de intolerância religiosa
A promoção de uma Ação Civil Pública, por suposta intolerância religiosa, partiu do Centro Espírita São Jorge e Santa Bárbara, também localizados no município de Guaçuí.
Uma pastora evangélica de Guaçuí, no Caparaó, foi denunciada ao Ministério Público, após a mesma supostamente proferir palavras de intolerância religiosa durante uma transmissão ao vivo de um culto realizado nas redes sociais.
A promoção de uma Ação Civil Pública, por suposta intolerância religiosa, partiu do Centro Espírita São Jorge e Santa Bárbara, também localizados no município de Guaçuí.
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Segundo os denunciantes, “no dia 30 de setembro de 2024, em uma segunda-feira no período vespertino, às vésperas das eleições municipais, chegou ao conhecimento do senhor Tiago, babalorixá da Casa de Oração São Jorge e Santa Bárbara, um vídeo cortado, enviado via WhatsApp, contendo pouco mais de 2 minutos de uma transmissão ao vivo realizada nas redes sociais de uma igreja evangélica em Guaçuí, que retratava-se de uma pastora popularmente conhecida na cidade, durante a ministração de um culto religioso”.
Política e religião
“No decorrer da sua pregação, a pastora teceu críticas tanto ao governo municipal e federal. Além disso, questionou a legitimidade dos políticos que ocupam cargos de poder, ao afirmar que ‘Deus não os colocou no poder’. Ato contínuo, responsabilizou a população, em especial seus fiéis, ao declarar que aqueles que elegeram tais governantes seriam ‘culpados’ pelo cenário político atual”, diz trecho da denúncia.
A denúncia protocolada no MP, no último dia 14 de novembro, ressalta ainda que “em seu discurso, a pastora prosseguiu com suas falas, acusando a Prefeitura de Guaçuí de disponibilizar ônibus para ‘macumbeiros’ realizarem viagens, enquanto, segundo ela, a mesma estrutura não é oferecida à igreja que ela ministra. Ademais, a pastora insinuou que os tais ‘macumbeiros’ estariam em aliança com vereadores, questionando os fiéis presentes sobre quem teria votado nesses representantes, como se houvesse uma culpa compartilhada pela população. Ao final, a pastora teria instruído seus seguidores a votarem em quem ‘teme ao Senhor’, sugerindo, de maneira implícita, uma visão pejorativa e discriminatória em relação às religiões de matriz africana, as quais, segundo suas palavras, seriam ‘demonizadas’, diz.
“Mulher de Deus, falei aqui na semana passada que tá todo mundo reclamando, um dia desses eu não estou acostumada a fazer essas coisas não, mas a mulher reclamou tanto que falei pra ela: continua fazendo o ‘L’ (risos ao fundo). Foi Deus que botou Lula lá? Foi Deus que botou? Deus botou? Foi Deus que botou o Jauhar como prefeito da cidade, foi Deus? Quem foi? (vozes ao fundo respondem – foi nós) Então, pronto, continua fazendo o ‘J’ se quiser, Deus tá dando a oportunidade, ai ó, se quiser continuar, continua. Agora, se não quiser, muda o negócio, a inteligência tá aqui, ó, dobra seu joelho e deixa Deus entrar no teu coração. Aí a gente reclama porque pra macumba eles botam ônibus, quando a gente vai lá pra igreja pedir o ônibus não tem, mas macumbeiro tá lá com vereador, crente não (risos). E sabe quem votou? Eu não, vocês!”, diz parte do relato da ação que a pastora teria proferido no culto transmitido ao vivo nas redes sociais.
Indenização de R$ 300 mil
A Ação Civil Pública pede ao Ministério Público que investigue o caso e à pastora acusada de intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana responda por dano moral coletivo. Os denunciantes pedem uma indenização no valor de R$ 300 mil, que, no total, 20% seja utilizado para ações educativas de conscientização do respeito inter-religioso nas escolas do município e 80% a ser repartido entre as Casas de Oração de matriz africana registradas em Guaçuí.
O que diz a pastora citada?
O portal AQUINOTICIAS.COM entrou em contato com a referida pastora, porém, não tivemos retorno nas mensagens encaminhadas por WhatsApp e nem por telefone. O espaço segue aberto. Caso tenhamos uma devolutiva, a pauta será atualizada.
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