Economia

Proporção de famílias com dívidas cai para 76,7%, em dezembro

As famílias brasileiras ficaram menos inadimplentes e menos endividadas na passagem de novembro para dezembro de 2024

Por Estadão

3 mins de leitura

em 22 de jan de 2025, às 13h22

Foto: Andre Taissin/Unsplash
Foto: Andre Taissin/Unsplash

As famílias brasileiras ficaram menos inadimplentes e com menos dívidas na passagem de novembro para dezembro de 2024, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Com isso, a proporção de famílias com contas a vencer recuou de 77,0% em novembro para 76,7% em dezembro. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Além disso, houve melhora, também, em relação a dezembro de 2023, quando 77,6% estavam endividados, uma queda de 0,9 ponto porcentual em um ano.

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“Pela segunda vez consecutiva, menos famílias brasileiras fecharam o ano endividadas”, frisou a CNC. “A redução do endividamento pode ser atribuída à maior cautela dos brasileiros diante do cenário econômico com elevação da taxa Selic e da inflação, o que dificulta o acesso e aumenta o custo do crédito.”

Modalidades de pagamento

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Nesse sentido, a fatia de consumidores com contas em atraso diminuiu de 29,4% em novembro para 29,3% em dezembro de 2024. Em dezembro de 2023, a proporção de famílias inadimplentes era mais baixa: 28,8% tinham contas em atraso.

A proporção de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, subiu de 12,9% em novembro para 13,0% em dezembro, maior patamar da série histórica. Essa parcela era de 12,2% em dezembro de 2023.

Renda comprometida

A parcela da renda comprometida com o pagamento de dívidas desceu a 29,8% do total dos ganhos familiares em dezembro. Esse é o menor nível de comprometimento médio para o mês desde 2019. Por consequência, o prazo médio para a quitação de dívidas subiu para 7,4 meses, “o que demonstra uma busca por melhores condições de pagamento”, apontou a CNC. Em 2023, o tempo médio registrado para quitação de dívidas foi de 6,9 meses.

“Os dados mostram que, embora o endividamento tenha se tornado mais sustentável em termos de renda comprometida e prazo, a alta dos juros e o encarecimento do crédito dificultaram a gestão financeira das famílias. É necessário reforçar a educação financeira e implementar políticas de renegociação de dívidas bem estruturadas”, ressaltou Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, em nota oficial.

Para 2025, a CNC recomenda cautela quanto ao acompanhamento da inadimplência, em um cenário de juros elevados cobrados do consumidor.

“A conjuntura econômica instável, marcada por juros altos e inflação persistente, exige atenção para a gestão das finanças pessoais”, completou a entidade.

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