Café nas alturas! Clima, dólar e exportação; quem é o vilão do preço?
Como o maior produtor de café do mundo, o Brasil enfrentou desafios significativos, incluindo geadas severas em 2021 e outros eventos climáticos que impactaram a produção
![Foto: Marcelo Camargo/ABr Foto: Marcelo Camargo/ABr](https://aquinoticias.com/wp-content/uploads/2024/11/cafesul.jpg)
Os apreciadores do bom e velho cafezinho estão sentindo, cada vez mais, a alta do preço da bebida nas gôndolas do supermercado. Segundo dados do IBGE, o preço do café torrado e moído disparou nos últimos 12 meses, com um aumento de 39% para o consumidor.
Especialistas na área apontam diversas razões para este fenômeno. A valorização do dólar frente ao real e as condições climáticas severas que afetam as lavouras estão entre os motivos apontados.
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Como o maior produtor de café do mundo, o Brasil enfrentou desafios significativos, incluindo geadas severas em 2021 e outros eventos climáticos que impactaram a produção. Situação semelhante ocorreu no Vietnã, outro grande produtor, que também teve problemas relacionados ao clima.
Além disso, o consumo global continua a crescer, especialmente em países asiáticos como a China, enquanto os estoques mundiais estão em declínio. A combinação de aumento do consumo e queda de produção acaba, consequentemente, elevando o preço do café ao consumidor final.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de café do Brasil em 2025 deve atingir 51,8 milhões de sacas de 60 kg. Isso representa uma queda de 4,4% em relação a 2024 – o que deve manter o cenário de preços altos até, pelo menos, 2026.
Valor recorde para os produtores
Enquanto o alto preço do café impacta o dia a dia das famílias brasileiras, os produtores vivem uma realidade oposta. Os valores de comercialização estão cada vez mais altos, aquecendo o mercado.
De acordo com o indicador médio dos preços do café arábica pagos aos produtores, em janeiro deste ano foi registrado o maior valor da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo os dados fornecidos, o preço médio da saca de 60 quilos foi de R$ 2.301,60 no primeiro mês de 2025. Trata-se do maior valor pago ao produtor desde que essa medição começou a ser feita, em 1997.
Com informações de Conab
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