Voluntários transformam tampinhas em ajuda para animais abandonados
Descubra como uma ONG na Serra, ES, transforma a coleta de tampinhas em recursos para abrigar e cuidar de cães abandonados

A separação de tampinhas faz bem ao meio ambiente, isso é fato. Mas uma iniciativa na Serra, Região Metropolitana do Espírito Santo, mostra que a reciclagem de tampinhas plásticas ou de metal também é sinônimo de esperança para cães abandonados.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA Organização Não Governamental (ONG) Vira Lata Vira Luxo, amparada por voluntários como Hudson Jair Ruela, encontrou em um gesto simples um motor de mudança.

Há três anos, o grupo viu na coleta e venda de tampinhas uma forma de angariar fundos para manter o abrigo de cães. E deu certo. No início, os voluntários conseguiam cerca de 100 kg de peças plásticas por mês. Hoje, impressiona a marca de três toneladas mensais.
A venda do material garante recursos para vacinas, alimentação e cuidados veterinários, fechando um ciclo de solidariedade que beneficia tanto os 100 animais que moram no abrigo quanto ao meio ambiente.
Clique aqui e saiba se há um ponto de coleta de tampinhas perto de você!
Ruela destaca também o impacto do trabalho em equipe e da crescente conscientização da comunidade. Além de simplesmente coletar as tampinhas multicoloridas e vendê-las misturadas, vários voluntários se dedicam a separá-las por cor, o que aumenta o valor de venda. Além disso, o trabalho manual auxilia àqueles que doam seu tempo.
“A separação de tampinhas, segundo especialistas, vai além do ato de reciclar. O trabalho, que exige concentração e coordenação, estimula habilidades motoras e cognitivas. Assim, a atividade é uma aliada na prevenção de Alzheimer, no tratamento de autismo e na promoção da saúde de idosos”.
A ONG promove eventos como o “Tampinha do Parque”, onde crianças são convidadas a separar as tampinhas por cores, aprendendo sobre sustentabilidade e ajudando a proteger os animais. A iniciativa já chegou a diversos pontos, como no Parque Cultural Casa do Governador e no Projeto Tamar, na Enseada do Suá.

Reciclagem salva vidas
A ONG Vira Lata Vira Luxo nasceu em 2005 e hoje abriga 100 cães que foram resgatados das ruas. A ONG se dedica a encontrar lares responsáveis para os animais, mas enquanto a adoção não acontece, os custos com medicamentos e alimentação ficam por conta da instituição.
“O projeto das tampinhas é de grande importância para ajudar a comprar ração para os bichinhos, assim como pagar consultas e remédios. Sem dúvida, ajuda muito o abrigo”, explica Jussara Monjardim, presidente da ONG.
“Nós vendemos as tampinhas, separando-as por cor na medida do possível, pois o preço é mais alto quando separadas. Também juntamos lacres e tampinhas metálicas.”
Jussara destaca que o maior desafio da ONG é conseguir pagar a ração em dia e arcar com as despesas veterinárias.
“Temos dívidas em clínica e precisamos levar os cachorros que ficam doentes. Mas, às vezes, nos sentimos impotentes, pois todos os dias há pedidos de ajuda, e nem sempre temos como acolher. O mundo da proteção animal é um mundo diferente, então torna-se angustiante querer ajudar os animais e não dar conta por falta de dinheiro ou espaço”, desabafa.