Sebastião Salgado morre aos 81 anos
Segundo informações confirmadas por familiares, a causa da morte foi decorrente de complicações causadas por uma malária

O mundo da fotografia perdeu um de seus maiores nomes. Sebastião Salgado, renomado fotógrafo brasileiro, faleceu nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, aos 81 anos, em Paris, na França. Segundo informações confirmadas por familiares, a causa da morte foi decorrente de complicações causadas por uma malária, doença que o acompanhava desde a década de 1990.
História na fotografia
Salgado ficou conhecido mundialmente por seus impactantes ensaios fotográficos em preto e branco, que abordavam temas como desigualdade social, imigração, trabalho humano e questões ambientais. Sua lente deu visibilidade a populações invisibilizadas e transformou a fotografia documental em uma poderosa ferramenta de denúncia e empatia.
Em 2024, em uma de suas últimas entrevistas ao jornal The Guardian, Sebastião Salgado revelou que a saúde havia sido o principal motivo para sua aposentadoria. A malária, contraída nos anos 1990 enquanto trabalhava na Indonésia, nunca foi devidamente tratada. “Carrego essas sequelas comigo há décadas”, afirmou à época.
Paixão
A trajetória de Sebastião Salgado começou de forma inusitada. Formado em economia, ele só descobriu a paixão pela fotografia após os 30 anos. Foi durante o exílio na França, nos anos 1970, que ele decidiu largar a carreira como economista e mergulhar no universo da imagem. A decisão mudou o rumo de sua vida — e da fotografia contemporânea.
Seu primeiro grande projeto, Trabalhadores, documentou o árduo cotidiano de operários pelo mundo. Depois, com Êxodos, Salgado registrou o drama de refugiados e migrantes em mais de 40 países. Já em Gênesis, seu olhar se voltou para a natureza intocada, resultando em uma ode visual ao planeta Terra. Essas obras consolidaram Sebastião Salgado como um dos maiores fotógrafos humanistas da história.
Além dos prêmios internacionais que recebeu, como o Príncipe das Astúrias, em 1998, Salgado também foi membro da agência Magnum Photos e criou, ao lado da esposa Lélia Wanick Salgado, o Instituto Terra. O projeto é referência em reflorestamento e conservação ambiental no Brasil, e representa um dos maiores legados do fotógrafo fora da arte.
A perda de Sebastião Salgado representa não apenas o fim de uma era, mas também um convite à reflexão sobre o poder da imagem. Suas fotografias não apenas registravam a realidade, mas convidavam o observador a sentir, questionar e agir. Ele acreditava que o fotógrafo não deveria ser neutro, e sim um instrumento de transformação social.
Nas redes sociais, personalidades, instituições culturais e admiradores de todo o mundo prestaram homenagens. O presidente do Brasil destacou que “Salgado foi um cronista visual da humanidade, um brasileiro que elevou a nossa imagem ao mais alto patamar da arte”. Museus em Paris, Nova York e São Paulo anunciaram exposições póstumas com acervos do artista.
Legado de Sebastião Salgado
Sebastião Salgado deixa esposa, filhos e uma herança imensurável para a fotografia, o jornalismo e a humanidade. Seu olhar sensível sobre as dores e belezas do mundo seguirá inspirando novas gerações de fotógrafos e ativistas. Mesmo após sua partida, sua obra continuará ecoando como um grito silencioso por justiça e dignidade.
Para quem busca entender o impacto de Sebastião Salgado na cultura e no ativismo visual, revisitar sua obra é essencial. Seus projetos continuam disponíveis em livros, exposições virtuais e documentários como O Sal da Terra, dirigido por Wim Wenders, que eterniza não apenas suas imagens, mas também a alma por trás da lente.
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