Internacional

Trump se encontra com presidente sírio antes procurado pelos EUA

A reunião acontece na esteira de uma série de movimentos de Trump no Oriente Médio.

Por Diorgenes Ribeiro

2 mins de leitura

em 14 de maio de 2025, às 17h10

Foto: Bandar Aljaloud/ Palácio Real da Arábia Saudita
Foto: Bandar Aljaloud/ Palácio Real da Arábia Saudita

Em um gesto diplomático que pode representar uma reviravolta nas relações entre Estados Unidos e Síria, o presidente norte-americano Donald Trump se reuniu nesta quarta-feira (14) com o presidente sírio Ahmed al-Sharaa, em Riade, capital da Arábia Saudita. O encontro é o primeiro entre chefes de Estado dos dois países em décadas e ocorre menos de seis meses após al-Sharaa, que já foi alvo de mandado de busca pelo serviço secreto dos EUA, assumir o poder em Damasco.

A reunião acontece na esteira de uma série de movimentos de Trump no Oriente Médio. Na véspera, o presidente americano anunciou o fim das sanções impostas à Síria, sinalizando uma inédita reaproximação com o novo governo sírio. A decisão surpreendeu aliados e provocou reações, especialmente em Israel, que expressou preocupação com os laços anteriores de al-Sharaa com grupos jihadistas.

Ex-membro do grupo HTS — organização que se desvinculou da Al-Qaeda em 2016 — al-Sharaa ascendeu à presidência após a queda do ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro do ano passado após 24 anos no poder.

Durante o encontro, Trump pediu a normalização das relações entre Síria e Israel, um dos principais aliados dos Estados Unidos na região. Participaram da reunião o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e, por videoconferência, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. A iniciativa de aproximação se dá no contexto dos Acordos de Abraham, firmados em 2020, que promoveram a normalização das relações diplomáticas de Israel com Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.

De acordo com a Casa Branca, o governo Trump busca incluir a Síria nesse processo e mantém expectativas de que a Arábia Saudita também venha a aderir aos acordos em “momento oportuno”.

Apesar do tom conciliador, a mudança na política externa norte-americana despertou críticas internas. Membros do próprio governo manifestaram reservas diante do histórico do novo presidente sírio e das conexões passadas de seu grupo com o extremismo islâmico.

Trump, no entanto, afirmou que os Estados Unidos “estão explorando a normalização das relações com o governo sírio”, e destacou que o encontro com al-Sharaa representa o primeiro passo nessa nova fase da diplomacia americana no Oriente Médio.

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