Política Nacional

Governo aprova aumento da mistura de etanol na gasolina

A decisão representa mais um movimento do governo federal na tentativa de equilibrar a política energética com metas ambientais, interesses econômicos e controle inflacionário.

Por Diorgenes Ribeiro

2 mins de leitura

em 25 de jun de 2025, às 15h37

Foto: Reprodução | Agência Brasil
Foto: Reprodução | Agência Brasil

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (25), uma medida que altera a composição dos combustíveis vendidos no país a partir de 1º de agosto. A decisão, articulada pelo governo federal, eleva o percentual de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, e o de biodiesel no diesel de 14% para 15%.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a iniciativa tem como principais objetivos fortalecer o uso de fontes renováveis, reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados e estimular o setor sucroenergético nacional. Hoje, aproximadamente 5% da gasolina e 20% do diesel consumidos no Brasil são importados. Com a nova composição, o governo prevê não só a autossuficiência, mas também a geração de excedente exportável, estimado em até 700 milhões de litros de gasolina por ano.

A medida também é apresentada como um alívio potencial no custo para o consumidor. De acordo com cálculos oficiais, o litro da gasolina nas bombas pode ficar até R$ 0,20 mais barato, a depender da variação de mercado.

A proposta vinha sendo debatida desde o início do ano com setores da indústria automotiva e produtores de biocombustíveis. Testes coordenados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, com participação de montadoras, confirmaram que os novos percentuais são compatíveis com a frota atual, sem necessidade de adaptações nos motores.

Como parte da estratégia para garantir a integridade do setor, o governo também anunciou a criação de uma sala permanente de monitoramento contra fraudes em combustíveis. O grupo será formado por representantes do Ministério de Minas e Energia, Polícia Federal, Ministério da Justiça, Cade e Secretaria Nacional do Consumidor, com foco em fiscalização, inteligência e ações preventivas.

A decisão representa mais um movimento do governo federal na tentativa de equilibrar a política energética com metas ambientais, interesses econômicos e controle inflacionário.

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