Irã promete resposta dura aos EUA após ataques a instalações nucleares
Em coletiva de imprensa realizada em Istambul, na Turquia, Araghchi declarou que a escalada do conflito regional compromete os esforços de negociação em curso.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou neste domingo (22) que os Estados Unidos “traíram a diplomacia” ao bombardearem instalações nucleares iranianas e prometeu uma resposta com base no que classificou como “legítimo direito à autodefesa”.
Em coletiva de imprensa realizada em Istambul, na Turquia, Araghchi declarou que a escalada do conflito regional compromete os esforços de negociação em curso. “Estávamos no meio de conversas com os Estados Unidos quando os israelenses interromperam tudo. Dois dias atrás, em Genebra, conversávamos com os europeus, e novamente os americanos decidiram atacar”, declarou.
O chanceler denunciou que as ações norte-americanas violam o princípio da boa-fé diplomática. “A porta para a diplomacia deve permanecer aberta, mas esse não é o cenário agora. Meu país foi atacado e precisamos responder”, disse.
Bombardeios e tensão internacional
Na noite de sábado (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que forças americanas realizaram ataques aéreos contra três instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. A operação ocorre em meio à crescente tensão militar no Oriente Médio, especialmente após os ataques de Israel a alvos estratégicos iranianos em Teerã, no último dia 13 de junho.
Fordow, uma das instalações atingidas, abriga um complexo subterrâneo com capacidade estimada para operar cerca de 3 mil centrífugas de enriquecimento de urânio, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Ameaças e possíveis retaliações
O presidente Trump declarou, em pronunciamento na Casa Branca, que novas ofensivas não estão descartadas caso o Irã opte por retaliar. “Se o Irã insistir em manter o conflito, as forças norte-americanas estão preparadas para agir novamente”, afirmou.
Já o governo iraniano sinalizou que poderá buscar apoio de países europeus e de mediadores internacionais para tentar conter a escalada. “Estamos dialogando com diplomatas que se ofereceram para intermediar uma solução pacífica, mas os Estados Unidos cruzaram uma linha vermelha muito séria”, reforçou Araghchi.
Segundo divulgado pela CNN, a crise intensifica o clima de instabilidade no Oriente Médio e lança dúvidas sobre a continuidade de acordos multilaterais sobre o programa nuclear iraniano, além de expor o enfraquecimento de canais diplomáticos entre Teerã, Washington e seus aliados.
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