Política Nacional

Magno Malta chama Cármen Lúcia de “tirana” em ato pró-Bolsonaro

A manifestação deste domingo marca a sexta vez em que Bolsonaro convoca apoiadores para as ruas desde que deixou a Presidência.

Por Diorgenes Ribeiro

3 mins de leitura

em 30 de jun de 2025, às 12h52

Foto: Reprodução | Metrópoles
Foto: Reprodução | Metrópoles

Durante manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, o senador Magno Malta (PL-ES) elevou o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e fez duras críticas à ministra Cármen Lúcia, a quem chamou de “tirana”.

O parlamentar reagiu à posição da magistrada no julgamento do Marco Civil da Internet, em que o STF decidiu que plataformas digitais podem ser responsabilizadas por conteúdos ofensivos, mesmo sem ordem judicial prévia, caso não removam publicações ilegais. Para Malta, a decisão representa um avanço da censura e evidencia, segundo ele, uma “ditadura institucionalizada” no país.

“Cármen Lúcia, tirana é você. São 203 milhões de tiranos? Nós vivemos uma tirania de toga”, disparou o senador, em resposta à fala da ministra durante o julgamento, em que ela afirmou que não se pode permitir que o Brasil se torne uma ágora com “213 milhões de pequenos tiranos soberanos”.

O senador também atacou outros membros da Corte, como os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Sobre este último, ironizou: “Ele entrou ali para cumprir uma missão. Criou o inquérito das fake news. E ontem, na decisão, até chorou. Lágrimas de crocodilo”.

Malta classificou o julgamento como um ataque à liberdade de expressão e afirmou que há uma tentativa deliberada de excluir Bolsonaro do cenário político. “Estamos vivendo sob uma ditadura. Um consórcio maldoso decidiu tirar Bolsonaro do jogo”, afirmou ao público.

Ato na Paulista reúne aliados e critica processo no STF

O protesto foi convocado por lideranças bolsonaristas em meio ao julgamento no STF que apura o envolvimento de Jair Bolsonaro em uma suposta trama golpista após as eleições de 2022. O evento, batizado de “Justiça Já”, teve forte apelo contra o Supremo e contou com a presença de diversas lideranças políticas e religiosas.

Estiveram no ato o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), parlamentares aliados como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a deputada Bia Kicis (PL-DF) e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC). A mobilização foi organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado próximo do ex-presidente.

Manifestantes levaram bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, além de cartazes em apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Queda na adesão às manifestações

Apesar da retórica inflamada e da presença de figuras de destaque da direita, os números de comparecimento seguem em queda. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), da USP, os atos bolsonaristas vêm perdendo força ao longo do tempo.

Segundo divulgado pelo portal Metrópoles, no ato deste domingo, a estimativa foi de cerca de 44,9 mil pessoas, número bem abaixo dos 185 mil registrados em fevereiro de 2023, na mesma Avenida Paulista — uma queda de 75%. A tendência de redução também foi observada em manifestações no Rio de Janeiro e em outras capitais.

A manifestação deste domingo marca a sexta vez em que Bolsonaro convoca apoiadores para as ruas desde que deixou a Presidência.

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