PSDB aprova fusão com Podemos e tenta voltar ao protagonismo
A expectativa é que, com a nova configuração, o partido fortalecido se apresente como uma alternativa moderada e reformista nas eleições municipais de 2024 e, especialmente, na corrida presidencial de 2026.

Em movimento estratégico para reverter o encolhimento político dos últimos anos, o PSDB aprovou nesta quinta-feira (6) a incorporação do Podemos. A decisão foi referendada durante a convenção nacional da legenda, em Brasília, e representa um passo importante na tentativa dos tucanos de se reposicionarem como uma força relevante no cenário político nacional.
A fusão ainda precisa ser formalizada, o que deve ocorrer nos próximos meses após a conclusão das negociações entre as executivas dos dois partidos. Somadas, as bancadas reúnem atualmente 28 deputados federais e sete senadores, o que colocaria o novo partido como a oitava maior força na Câmara dos Deputados e a quinta no Senado.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, classificou a aprovação como “um novo momento” para a sigla. “Recebemos da convenção a delegação formal para iniciar as tratativas finais com o Podemos. Esta é apenas a primeira etapa de um processo que agora tem aval da base partidária”, disse.
A decisão foi amplamente respaldada pelos delegados da convenção: 201 votaram a favor, apenas dois foram contrários, e houve duas abstenções. O deputado federal Aécio Neves (MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela, destacou que o partido cumpre uma exigência estatutária e, a partir de agora, a executiva nacional tem autonomia para concluir o processo de unificação.
“O PSDB está buscando mais do que atender à cláusula de desempenho. Queremos construir uma alternativa real de centro para o Brasil, que fuja tanto do lulopetismo quanto do bolsonarismo. É um projeto liberal na economia, com compromisso social”, afirmou Aécio, em tom de crítica ao atual cenário polarizado do país.
Apesar de tecnicamente configurada como uma incorporação — ou seja, o Podemos será absorvido pelo PSDB —, nos bastidores a articulação é tratada como uma fusão de fato, com compartilhamento de espaços e influência entre as lideranças dos dois partidos. Um dos próximos passos será a harmonização dos estatutos e a superação de resistências em alguns estados, onde há disputas regionais entre as siglas.
A expectativa é que, com a nova configuração, o partido fortalecido se apresente como uma alternativa moderada e reformista nas eleições municipais de 2024 e, especialmente, na corrida presidencial de 2026.
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