CCJ adia votação do novo Código Eleitoral por falta de consenso
Segundo publicado pela Agência Senado, com as tratativas em andamento, parlamentares terão uma semana para tentar costurar acordo.

Sem acordo sobre pontos considerados sensíveis, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado transferiu para a próxima quarta-feira (16) a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 112/2021, que estabelece o novo Código Eleitoral. O parecer do relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), funde sete leis já existentes em um texto único de 877 artigos.
Três entraves centrais
- Quarentena para agentes públicos
A proposta exige afastamento de dois anos para juízes, membros do Ministério Público, policiais e militares que pretendam disputar eleições. Senadores Alessandro Vieira (MDB-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES) classificaram a regra como impeditiva para servidores de menor renda, citando guardas municipais como exemplo. “Obrigar alguém a ficar dois anos sem salário para poder concorrer não é razoável”, criticou Contarato. - Combate à desinformação
O artigo que penaliza a divulgação de “fatos sabidamente inverídicos” foi alvo de acusações de potencial censura. Para parlamentares como Rogério Marinho (PL-RN) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o dispositivo “criminaliza o debate político”. Castro contestou: “Nenhuma democracia civilizada confere liberdade absoluta. Buscamos equilibrar expressão e integridade eleitoral, em linha com normas da União Europeia e dos EUA.” - Voto impresso
Defendido por Esperidião Amin (PP-SC) e Eduardo Girão (Novo-CE) como forma de reforçar a confiança nas urnas, o comprovante físico de votação segue sem consenso. Marcelo Castro reiterou posição contrária.
Avanços apontados pelo relator
Apesar das divergências, o relator destacou a unificação legislativa como “grande salto institucional” e relatou já haver entendimento em mais de 90 % do texto. Entre as inovações citadas estão:
- regras específicas para propaganda eleitoral na internet;
- maior transparência na prestação de contas;
- reserva mínima de 20 % das vagas legislativas para mulheres.
Segundo publicado pela Agência Senado, com as tratativas em andamento, parlamentares terão uma semana para tentar costurar acordo; caso contrário, temas restantes poderão ser decididos por voto em separado na próxima sessão da CCJ.
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