Cidades

De tilápias à liberdade: projeto do Ifes de Alegre ganha destaque nacional

O curso, com carga horária de 160 horas, é ministrado por professores e estudantes do Ifes e conta com o apoio de voluntários.

Por Diorgenes Ribeiro

2 mins de leitura

em 16 de jul de 2025, às 17h02

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Uma iniciativa do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus de Alegre tem se destacado nacionalmente ao unir educação, sustentabilidade e ressocialização. Desde 2023, o projeto “Piscicultura Sustentável no Sistema Prisional”, desenvolvido em parceria com a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Cachoeiro de Itapemirim, vem transformando a realidade de internos do regime semiaberto e conquistando reconhecimento por seu impacto social e ambiental.

Coordenado pelo professor Thiago Bernardo de Souza, o projeto já foi agraciado com dois prêmios de sustentabilidade. O curso, com carga horária de 160 horas, é ministrado por professores e estudantes do Ifes e conta com o apoio de voluntários. As aulas teóricas ocorrem na sede da APAC e são complementadas com visitas técnicas a propriedades rurais e empresas do setor aquícola.

Além dos internos, participam do curso produtores rurais da região e um servidor do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), promovendo a integração entre os setores educacional, produtivo e institucional.

Como resultado prático, mais de 10 toneladas de tilápias já foram produzidas na unidade prisional, atendendo à alimentação dos próprios internos e gerando renda com a comercialização do excedente. Toda a estrutura de criação é organizada e mantida pelos próprios recuperandos.

O projeto também contempla outras ações voltadas para a sustentabilidade e a responsabilidade social, como:

  • Plantio de espécies nativas da Mata Atlântica;
  • Reforma do setor de piscicultura do Ifes/Campus de Alegre;
  • Melhorias no Lar de Longa Permanência para Idosos Maria Bossoes Lannes, em Jerônimo Monteiro;
  • Apoio a famílias afetadas por enchentes em 2024, com retirada de entulhos e reformas residenciais;
  • Realização de dias de campo com a participação de estudantes, cooperativas, Incaper e produtores rurais.

A iniciativa é apontada como um exemplo de justiça restaurativa, promovendo a inclusão social por meio da educação técnica e da cooperação entre instituições. O projeto reafirma o papel do ensino público na construção de alternativas sustentáveis e humanas dentro do sistema prisional.

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