STJ revoga prisão de Oruam, rapper acusado de tentativa de homicídio contra policiais
Ele estava detido desde julho, após se entregar à polícia do Rio de Janeiro

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, teve sua prisão revogada nesta sexta-feira, 26, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele estava detido desde julho, após se entregar à polícia do Rio de Janeiro, acusado de tentar impedir uma operação policial em sua casa, na Zona Oeste da capital fluminense.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiFilho do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Oruam foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por tentativa de homicídio, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. A defesa do rapper alega abuso de autoridade por parte dos agentes e afirma que Oruam é alvo de criminalização tanto por sua música quanto por ser filho de Marcinho VP.
Na decisão, o ministro Joel Ilan Paciornik afirmou que a “fundamentação utilizada para justificar a custódia cautelar do recorrente revela-se insuficiente”. Para Paciornik, a ordem de prisão se baseou em “argumentos vagos”.
“A jurisprudência pacífica desta Corte Superior repudia a manutenção da prisão preventiva com base em fundamentação genérica, abstrata ou baseada em meras ilações, sendo necessária a demonstração de periculosidade concreta e contemporânea do agente, o que não se verifica no presente caso”, afirmou o magistrado.
O episódio que levou à prisão ocorreu em 21 de julho, quando agentes da Polícia Civil foram cumprir mandado de busca e apreensão contra um adolescente que deixava a casa do rapper. De acordo com o MPRJ, Oruam e outros três homens reagiram com ameaças, ofensas e pedradas. Um delegado e um oficial de cartório foram alvos dos ataques, e uma das pedras, que pesava quase cinco quilos, chegou a atingir um dos policiais.
No dia seguinte, o músico se apresentou às autoridades e teve a prisão decretada. A investigação resultou em duas denúncias formais aceitas pela Justiça, incluindo a de tentativa de homicídio qualificado.
Oruam chegou a ser mantido em cela coletiva na Penitenciária Dr. Serrano Neves (Bangu 3-A). A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) negou que ele estivesse em galeria junto a integrantes do Comando Vermelho, ressaltando que as lideranças da facção estão em outra unidade, o Bangu 3-B.