Cultura

Projeto “E eu, mulher preta?” promove reflexão sobre representatividade no Sul do ES

Além da exposição, a programação inclui rodas de conversa que utilizam a fotografia como ferramenta de debate.

Foto: Divulgação

A exposição itinerante “E eu, mulher preta?” chega a Itapemirim levando arte, reflexão e representatividade à comunidade quilombola de Graúna. Em cartaz até 26 de novembro, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Graúna, a mostra celebra o Mês da Consciência Negra e marca a primeira exibição do projeto dentro de um território quilombola — um passo simbólico e histórico para a iniciativa.

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A mostra apresenta 20 fotografias de 10 mulheres negras, registradas pelas fotógrafas Ana Luzes, Luara Monteiro, Meuri Ribeiro, Taynara Barreto e Thais Gobbo. As imagens formam uma instalação que transforma o espaço escolar em um ambiente de diálogo sobre identidade, empoderamento, racismo estrutural e direitos humanos, convidando o público a refletir sobre o lugar da mulher negra na sociedade.

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Idealizadora e coordenadora do projeto, Marilene Aparecida Pereira destaca a importância da exposição neste contexto. “Estar em Graúna tem um significado muito especial. A mostra nasceu do desejo de ver mulheres negras ocupando espaços de visibilidade e reconhecimento. Trazê-la a uma comunidade quilombola neste mês é um reencontro com nossas origens e uma celebração da resistência do nosso povo”, afirmou.

Debate

Além da exposição, a programação inclui rodas de conversa que utilizam a fotografia como ferramenta de debate. Os encontros abordam temas como “A fotografia como instrumento de discussão racial” e “Fotografia e os Direitos Humanos das Mulheres”, mediados por convidadas que unem arte, educação e ativismo. O formato privilegia a escuta e o compartilhamento de vivências, reforçando o protagonismo das mulheres negras e o pensamento crítico sobre igualdade e representatividade.

Criada em 2023, a iniciativa ganhou destaque após permanecer 80 dias em cartaz na Galeria Homero Massena, em Vitória, atraindo milhares de visitantes. Desde então, o projeto se consolidou como uma ação cultural que une estética e engajamento social, promovendo visibilidade às mulheres negras em suas múltiplas histórias e realidades.

Para Marilene Pereira, a proposta vai além da arte. “Queremos que o público se reconheça nas imagens e saia com novas perguntas. É um convite à reflexão e à empatia”, disse. Já Simone Marçal, presidente do Instituto Parceiros do Bem, ressalta que “a exposição democratiza o acesso à arte e provoca discussões essenciais sobre igualdade, dignidade e oportunidades para as mulheres negras”.

A mostra é uma realização do Instituto Parceiros do Bem, com apoio da Secretaria da Cultura do Espírito Santo (Secult-ES).


Serviço

  • Exposição: E eu, mulher preta?
  • Local: EEEF Graúna – Comunidade de Graúna, Itapemirim (ES)
  • Período: Até 26 de novembro
  • Roda de conversa: 18 de novembro, às 13h, com Marilene Pereira e Thea Baptista
  • Entrada: Gratuita

Estudante de jornalismo pela Unidade Estácio, atua na parte de segurança do portal AQUINOTICIAS.COM. Apaixonada pela área, trabalhou pela primeira vez como estagiária de jornalista aos 18 anos e nunca mais cogitou outro caminho.