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Marília Mendonça: falha em queda de avião foi por ‘excesso de zelo’ do piloto, diz especialista

A trajetória feita pelo avião o levou a atingir um cabo para-raios de uma linha de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)

Por Estadão

3 mins de leitura

em 16 de maio de 2023, às 11h11

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Divulgado nesta segunda-feira (15), o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, concluiu que não houve falha mecânica e que o piloto contribuiu para o acidente que matou a cantora Marília Mendonça. Na visão de George Sucupira, primeiro conselheiro da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, houve um “excesso de zelo” dos pilotos que levou ao incidente.

“Os pilotos, por excesso de zelo, esticaram a perna ao invés de fazer a curva onde normalmente faziam, esticaram um pouco mais para dar mais segurança ao voo, porque a reta final seria mais controlada e conseguiriam um pouso mais tranquilo”, disse, em entrevista à Rádio Eldorado, na manhã desta terça-feira (16).

“O que aconteceu foi que, na continuidade da perna-base, há uma torre e essa torre tem um cabo de para-raio em cima. Isso, no avião, você não consegue ver, porque o avião está a 200 km/h, você não enxerga um fio, e, quando ele fez a curva, a asa bateu no cabo e perdeu motor ali”, completou. “Se ele estivesse um metro acima, não teria acontecido nada.”

A trajetória feita pelo avião o levou a atingir um cabo para-raios de uma linha de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Além de Marília, o acidente matou outras quatro pessoas.

Ao discorrer sobre “fatores contribuintes” para o acidente, o relatório do Cenipa registrou que o “julgamento de pilotagem” contribuiu para a queda da aeronave. “No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso (em Minas Gerais), houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”.

O acidente

Marília Mendonça viajava em um avião bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, prefixo PT-ONJ, com capacidade para seis passageiros. A aeronave, que segundo a Anac estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo, decolou do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, às 16h02 do dia 5 de novembro de 2021. Além de Marília, estava no voo Geraldo Medeiros (piloto), Tarciso Viana (copiloto), Henrique Ribeiro (produtor) e Abicieli Silveira Dias Filho (tio e assessor da artista). O grupo voava em direção à cidade de Caratinga, onde a artista de 26 anos faria um show naquela noite.

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