O silêncio da centro-direita que pode virar o jogo em 2026

Se as eleições de 2026 ainda estão longe, os sinais emitidos pelo eleitor já são claros: os extremos gritam, mas quem avança é quem sabe ouvir.

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em 05 de jun de 2025, às 15h39

Foto: Reprodução | Agência Senado
Foto: Reprodução | Agência Senado

A paisagem política brasileira começa a se redesenhar de forma mais clara à medida que o país se aproxima do próximo ciclo eleitoral. A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), joga luz sobre um movimento silencioso, mas decisivo: a consolidação da centro-direita como o novo eixo de equilíbrio da política nacional.

Enquanto a extrema-direita vê seus principais expoentes atolados em crises judiciais e retórica beligerante, e a extrema-esquerda insiste em repetir fórmulas superadas e nichadas, é no campo da moderação e da racionalidade que o eleitorado parece estar ancorando suas esperanças. A centro-direita, com figuras como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD) e Eduardo Leite (PSD), aparece tecnicamente empatada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em simulações de segundo turno.

Realinhamento

Não se trata apenas de uma disputa de números, mas de um realinhamento político e social. A centro-direita tem conseguido dialogar com amplos setores da sociedade brasileira: o empresariado, o agronegócio, as classes médias urbanas e, cada vez mais, o eleitorado jovem que rejeita os gritos dos extremos. Esses nomes carregam consigo um discurso de eficiência administrativa, equilíbrio fiscal e compromisso democrático — valores que têm ressonado em um país cansado da polarização histérica.

É sintomático que figuras mais ligadas ao bolsonarismo radical, como Eduardo Bolsonaro (PL) ou Ronaldo Caiado (União), apresentem desempenho inferior frente a Lula. Da mesma forma, a esquerda petista enfrenta dificuldades em renovar sua narrativa para além dos seus círculos tradicionais. Em ambos os lados, a fadiga do eleitorado é evidente.

Cenário Capixaba

No Espírito Santo, esse movimento também já se manifesta com clareza. O estado, historicamente moderado, viu nas últimas eleições municipais a ascensão de lideranças de centro-direita, muitas delas com perfil técnico e linguagem pragmática. O bolsonarismo local, antes barulhento, perdeu espaço para nomes mais ponderados. A esquerda capixaba, por sua vez, tem enfrentado dificuldades para se reconectar com as ruas fora dos redutos universitários e sindicalistas.

É dentro desse contexto que o centro político — especialmente a centro-direita — está emergindo como o novo protagonista do debate nacional. Não por representar um meio-termo tímido, mas por ser hoje um dos únicos campos com capacidade real de propor reformas, conduzir consensos e evitar rupturas.

O grito dos extremos

A democracia brasileira, ferida por tentativas de golpe e capturada por narrativas maniqueístas nos últimos anos, parece finalmente buscar o caminho do equilíbrio. E esse caminho passa, inevitavelmente, pela maturidade política representada pela centro-direita.

Se as eleições de 2026 ainda estão longe, os sinais emitidos pelo eleitor já são claros: os extremos gritam, mas quem avança é quem sabe ouvir.

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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