Segurança

Mulher é indiciada por aborto e falsa denúncia de estupro em Linhares

Segundo a Polícia Civil, a própria suposta vítima teria forjado os relatos com a intenção de prejudicar o ex-companheiro.

Kimberlly Soares Kimberlly Soares

Foto: Reprodução

Uma mulher de 23 anos foi indiciada pelos crimes de aborto e denunciação caluniosa em Linhares. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Segundo a Polícia Civil, a própria suposta vítima teria forjado os relatos com a intenção de prejudicar o ex-companheiro. O caso inicialmente foi tratado como estupro.

O caso teve início em 4 de setembro de 2024, quando a mulher procurou a polícia afirmando ter sido estuprada por um desconhecido enquanto caminhava pelo Centro da cidade, por volta das 23h. Ela contou que o agressor estava armado com uma faca, que era casada e que o marido não sabia da violência. Alegou ainda que a agressão resultou em uma gravidez. Com base no relato, e conforme prevê a legislação, ela teve acesso ao aborto legal, realizado em um hospital da região.

Com o objetivo de identificar o suposto autor, a Deam solicitou apoio da Polícia Científica para a elaboração de um retrato falado. No entanto, com o avanço das investigações, a versão apresentada passou a apresentar contradições. Dias depois, a mulher retornou à delegacia e afirmou que o estuprador, na verdade, era o próprio marido, de quem dizia ter medo. Ela também solicitou medida protetiva e apontou um parente como testemunha presencial do suposto crime.

Depoimentos foram contrários às alegações da mulher

“Diante da nova versão, o companheiro passou a ser investigado. Durante o processo, diversas denúncias de descumprimento de medida protetiva foram registradas. No entanto, ao ouvirmos a testemunha indicada por ela e outras dez pessoas próximas ao casal, todos os depoimentos foram contrários às alegações da mulher”, detalhou o delegado Fabrício Lucindo, chefe da Delegacia Regional de Linhares.

Conforme apurado, os relatos foram fabricados para viabilizar o aborto e, depois, para incriminar o ex-marido. A Polícia Civil constatou que os depoimentos das testemunhas foram unânimes ao afirmar que a mulher inventou tanto a versão inicial quanto a posterior.

A investigação apontou ainda que, além de mobilizar indevidamente a Polícia Civil, a Polícia Científica e o Poder Judiciário, a mulher utilizou a falsa narrativa para fins pessoais. Com isso, foi indiciada por aborto, com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão, e por denunciação caluniosa, crime que pode levar a até 8 anos de reclusão.

O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça para que sejam tomadas as providências cabíveis.

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Kimberlly Soares
Kimberlly Soares

Estudante de jornalismo pela Unidade Estácio, atua na parte de segurança do portal AQUINOTICIAS.COM. Apaixonada pela área, trabalhou pela primeira vez como estagiária de jornalista aos 18 anos e nunca mais cogitou outro caminho.