Internacional

Putin condena ataques ao Irã e promete apoio ao governo iraniano

Ele também desejou pronta recuperação ao líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei.

Por Diorgenes Ribeiro

3 mins de leitura

em 23 de jun de 2025, às 12h01

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Em um movimento que sinaliza o fortalecimento da aliança entre Moscou e Teerã, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou como “infundados” os recentes ataques dos Estados Unidos contra o Irã e afirmou que o Kremlin está pronto para prestar apoio ao povo iraniano. A declaração foi feita nesta segunda-feira (23), durante reunião em Moscou com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi.

A visita ocorre após os ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas durante o fim de semana, que reacenderam tensões geopolíticas em uma região já marcada por instabilidade. Segundo Putin, a ofensiva representa uma escalada perigosa e injustificável. Ele também desejou pronta recuperação ao líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei.

Araqchi, por sua vez, agradeceu publicamente o apoio russo e afirmou que Moscou “está do lado certo da história”. A parceria entre os dois países tende a se aprofundar com negociações em curso para ampliar a cooperação bilateral diante da nova conjuntura internacional.

Em paralelo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que os bombardeios norte-americanos contribuíram para o alastramento do conflito entre Israel e Irã, ao atrair novos atores e inaugurar uma nova etapa de escalada militar na região.

No campo diplomático, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pediu cessar-fogo imediato no Irã para garantir acesso de inspetores às instalações nucleares afetadas pelos ataques. Segundo ele, há preocupação com os danos causados às centrífugas, cuja sensibilidade à vibração pode comprometer a segurança do material nuclear.

Grossi também alertou que qualquer movimentação de material nuclear entre instalações deve ser previamente declarada à AIEA, conforme os tratados internacionais firmados com Teerã.

Segundo o governo dos Estados Unidos, os alvos incluíram a instalação de Fordow, os túneis de armazenamento de Isfahan e a central de combustíveis de Natanz. O Irã, no entanto, informou que retirou o material nuclear dessas áreas antes dos ataques.

A situação segue tensa. Fontes da agência Reuters informaram que nas últimas 24 horas, novos bombardeios atingiram aeroportos em três regiões iranianas e infraestrutura militar no oeste do país. O Irã reiterou nesta segunda-feira (23) que manterá seu programa de enriquecimento de urânio, reforçando sua soberania energética como prioridade estratégica.

No primeiro pronunciamento após os bombardeios, o Aiatolá Ali Khamenei acusou Israel de cometer um “grave erro” e prometeu retaliação. Já o presidente dos EUA, Donald Trump, contrariou membros de seu próprio gabinete ao sugerir publicamente a possibilidade de promover uma mudança de regime no Irã.

Segundo divulgado pelo portal G1, na Europa, a Espanha anunciou que pedirá à União Europeia o embargo de armas a Israel, além da suspensão de acordos comerciais com Tel Aviv e sanções individuais a atores que se opõem à solução de dois Estados na Palestina.

Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter emergencial, mas não houve consenso para votar uma resolução pelo cessar-fogo, como desejavam países europeus.

A crise avança para uma nova fase e coloca a diplomacia global diante de um teste de equilíbrio entre a contenção do conflito e a manutenção da ordem internacional.

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