Trump sai em defesa de Bolsonaro e critica Justiça brasileira
Na publicação, Trump afirmou que Bolsonaro está sendo injustamente perseguido pela Justiça brasileira.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou sua rede social Truth Social, nesta segunda-feira (7), para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.
Na publicação, Trump afirmou que Bolsonaro está sendo injustamente perseguido pela Justiça brasileira. “O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro”, escreveu. “Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, acrescentou, descrevendo o ex-presidente como “um líder forte” e “um negociador duro”.
Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República de envolvimento em uma organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento no STF pode ocorrer entre agosto e setembro, após o encerramento do prazo para as alegações finais.
Trump também comentou o resultado das eleições de 2022, classificando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “muito apertada” e disse que Bolsonaro atualmente “lidera as pesquisas”.
O ex-presidente norte-americano afirmou ainda que o processo contra Bolsonaro representa um “ataque político” semelhante ao que ele próprio alega sofrer nos Estados Unidos. “Isso não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um oponente político – algo que eu sei muito sobre”, disse. Ele chamou o julgamento de “caça às bruxas” e afirmou estar acompanhando “de perto” os desdobramentos envolvendo Bolsonaro, sua família e apoiadores.
Tensão com Moraes e críticas internacionais
As declarações de Trump ocorrem em meio a crescentes tensões entre aliados do ex-presidente brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação contra Bolsonaro no STF. Em 6 de junho, a Trump Media, empresa de Donald Trump, e a plataforma Rumble enviaram uma nova citação judicial contra Moraes nos Estados Unidos.
Conforme divulgado pelo site Metrópoles, as empresas acusam o ministro de perseguição política contra opositores do governo Lula, citando nomes como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Allan dos Santos. Moraes também é acusado de censura por parlamentares norte-americanos, especialmente após ordenar a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil por descumprimento de decisões judiciais.
As acusações contra Moraes já motivaram uma ação nos EUA, na qual as empresas pedem para não serem obrigadas a cumprir ordens do ministro. Em maio, o senador Marco Rubio afirmou que há “grande possibilidade” de Moraes ser alvo de sanções sob a Lei Global Magnitsky, que pune agentes estrangeiros por violações de direitos humanos.
As acusações alegam que as decisões de Moraes atingem autoridades eleitas, jornalistas, artistas e cidadãos privados, majoritariamente críticos do presidente Lula, do próprio Moraes ou de instituições sob sua influência.
O ministro do STF tem agora 21 dias para responder formalmente à citação nos EUA ou apresentar contestação conforme a legislação federal norte-americana.
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