Política Nacional

Itamaraty devolve carta de Trump e convoca diplomata dos EUA

O Itamaraty reagiu com firmeza, classificando a carta como inadequada e baseada em informações equivocadas.

Por Diorgenes Ribeiro

2 mins de leitura

em 10 de jul de 2025, às 07h41

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) decidiu devolver a carta enviada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento, considerado ofensivo pelo governo brasileiro, motivou a segunda convocação, em menos de 24 horas, do encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, nesta quarta-feira (9).

A carta, assinada por Trump, anuncia a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. No conteúdo, o ex-presidente norte-americano justifica a medida com base em acusações de que o Brasil teria adotado posturas hostis contra Jair Bolsonaro (PL), além de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusado por Trump de censurar plataformas de redes sociais norte-americanas.

“Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos, como ilustrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA”, afirma trecho do documento.

O Itamaraty reagiu com firmeza, classificando a carta como inadequada e baseada em informações equivocadas. A devolução do documento tem caráter diplomático simbólico e visa expressar o descontentamento do governo brasileiro com o teor da comunicação.

A primeira convocação de Escobar já havia ocorrido horas antes, também nesta quarta-feira, para prestar esclarecimentos sobre declarações recentes de Trump nas redes sociais, em que o Brasil é acusado de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A escalada retórica entre os dois países eleva a tensão diplomática em um momento sensível do cenário internacional, e sinaliza que o governo brasileiro não pretende tolerar ingerências que envolvam o sistema judiciário ou a condução de sua política interna.

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