Segurança

Polícia conclui inquérito sobre morte de menino em escola de Ibatiba

Investigação aponta falhas de agentes da educação e saúde e indica homicídio culposo.

Foto: Reprodução | Redes Sociais

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de um menino em uma escola de Ibatiba, registrada em dezembro de 2024. A Delegacia Regional reuniu provas que demonstram falhas graves no atendimento e na comunicação entre profissionais da educação e da saúde do município.

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A investigação mostrou que a criança, de 10 anos, se envolveu em uma briga com dois colegas no dia 9 de dezembro. As agressões ocorreram dentro de uma escola municipal. Embora não apresentasse lesões aparentes, o menino demonstrou sonolência e abatimento durante a última aula. Mesmo assim, a escola liberou o aluno e a irmã, de 8 anos, às 14h, sem avisar as famílias sobre o episódio.

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Naquela noite, às 22h30, o menino sentiu fortes dores lombares e a família o levou ao pronto-socorro municipal. Os profissionais o medicaram e o liberaram. Entretanto, às 2h40 do dia seguinte, a criança retornou ao atendimento devido à continuidade dos sintomas, mas novamente saiu da unidade sem exames complementares e sem que houvesse notificação compulsória da violência.

Segundo o delegado Bruno Alves, somente na manhã de 11 de dezembro, durante a terceira busca por atendimento, exames de imagem identificaram fraturas nas vértebras L4 e L5, além de manchas escuras no abdômen. Diante disso, a equipe encaminhou o menino ao Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória. A notificação ao Conselho Tutelar ocorreu imediatamente após a admissão da vítima no hospital.

Morte em escola de Ibatiba

A criança morreu cerca de 24 horas depois e apresentou insuficiência respiratória, choque séptico, disfunção múltipla de órgãos, injúria renal aguda e pneumonia bilateral.

Além disso, a investigação revelou histórico de fragilidade física, emocional e neurológica, com convulsões, anemia, problemas urinários, irritabilidade e episódios frequentes de choro. A criança também tinha ptose palpebral no olho esquerdo, o que a tornava alvo de bullying no ambiente escolar.

Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil identificou indícios suficientes para responsabilizar três agentes públicas por homicídio culposo. Por fim, os investigadores encaminharam o relatório final ao Ministério Público do Espírito Santo para manifestação.

Jornalista com mais de uma década de experiência em produção de conteúdo jornalístico e cobertura de temas políticos, de segurança pública e institucionais. Atua com redação e edição de matérias para diferentes plataformas. Também possui experiência em comunicação política e eleitoral, assessoria de imprensa e redação publicitária.