Aniversário de morte de Rubem Braga relembra a força eterna de suas crônicas
No aniversário de sua morte, legado do cronista nascido em Cachoeiro de Itapemirim segue vivo na literatura brasileira

No dia 19 de dezembro de 1990, Rubem Braga despediu-se da vida no Rio de Janeiro. Contudo, segue presente nas palavras que ainda hoje pousam no cotidiano brasileiro por meio de crônicas inesquecíveis.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiMaior cronista brasileiro, Rubem Braga nasceu em 12 de janeiro de 1913, em Cachoeiro de Itapemirim. Foi ali, entre o rio e a quietude, que ele, desde cedo, aprendeu a observar. Assim, Cachoeiro moldou seu olhar atento, capaz de transformar o simples em permanência.
Aos 15 anos, iniciou a trajetória no jornal Correio do Sul, ainda em sua terra natal. Desde então, escolheu a escrita como caminho. Embora tenha se formado em Direito, em Belo Horizonte, nunca exerceu a profissão. Preferiu o jornalismo, a rua e o tempo vivido.
Ao longo da vida, Rubem atravessou conflitos e fronteiras. Inicialmente, cobriu a Revolução Constitucionalista, em São Paulo, onde acabou preso. Depois, acompanhou a Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, viveu em Rabat, no Marrocos, como diplomata, sem abandonar a crônica.
Mesmo assim, cercado por guerras e cargos oficiais, Rubem Braga nunca perdeu a delicadeza. Ao contrário, escreveu sobre passarinhos, tardes silenciosas e afetos breves. Dessa forma, sua literatura escolheu o instante e recusou o excesso.
Recordar Rubem Braga é voltar a Cachoeiro de Itapemirim. É entender que algumas vozes nascem pequenas, mas atravessam o tempo com leveza e verdade.
Rubem Braga não organizava sua obra em “crônicas únicas” famosas como contos clássicos, mas alguns textos e livros se tornaram referências constantes.
Entre as crônicas de Rubem Braga e obras mais emblemáticas, destacam-se:
A borboleta amarela
Os amigos na praia
O conde e o passarinho
Um pé de milho
Ai de ti, Copacabana
A traição das elegantes
O verão e as mulheres
História triste de tuim
A menina silenciosa
O homem rouco
Esses textos revelam o traço mais marcante de Rubem Braga: o olhar delicado sobre o cotidiano, a natureza, o amor, a solidão e o tempo, sempre com linguagem simples e profundamente humana.