Eleições 2026: cenário no ES segue indefinido e fragmentado

O levantamento mostra um cenário pulverizado, marcado por contradições regionais, baixa empolgação popular e uma disputa ainda em fase embrionária.

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em 07 de abr de 2025, às 15h10

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Por mais que a corrida eleitoral de 2026 ainda pareça distante, os números revelados pela pesquisa do Instituto Flex Consult, realizada entre 25 de fevereiro e 10 de março, já acendem os primeiros alertas sobre a disputa pelo Palácio Anchieta. O levantamento mostra um cenário pulverizado, marcado por contradições regionais, baixa empolgação popular e uma disputa ainda em fase embrionária — mas com peças importantes se movimentando no tabuleiro político capixaba.

Pazolini

A liderança momentânea do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), escancara uma realidade curiosa: enquanto seu nome é bem consolidado na Grande Vitória (27,8%), sua presença no interior do Estado é quase irrelevante (7,5%). Em contraste, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) mostra força justamente onde Pazolini é fraco, com 23,4% no interior, mas desempenho pífio na capital e região metropolitana (4,9%). A leitura aqui é clara: o eleitorado está dividido territorialmente e ainda falta um nome que consiga transitar com força entre os dois mundos.

Pazolini, hoje o nome mais visível da oposição, aposta na identidade com a direita bolsonarista, vide sua recente defesa da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Mas essa aproximação tem efeitos colaterais: pode até inflar sua popularidade entre nichos da extrema-direita, mas tende a afastá-lo do eleitorado mais moderado — ainda majoritário no Espírito Santo. Além disso, seu fraco desempenho no interior evidencia o quanto sua imagem está restrita ao universo urbano da Grande Vitória. Se quiser manter a dianteira, precisará urgentemente furar a bolha metropolitana.

Ferraço

Já Ricardo Ferraço, apesar do segundo lugar, é o nome mais diretamente ligado ao atual governo. Ganha pontos por representar a continuidade da gestão Casagrande, mas ainda sofre com a falta de projeção estadual. Nos bastidores, há quem diga que, agora fora da Secretaria de Desenvolvimento, Ferraço finalmente começa a construir musculatura política. A dúvida é: terá tempo suficiente para isso até as prévias? Bom, vai depender do andar da carruagem. Mas tudo indica que ainda tem “gordura para queimar”.

Da Vitória

O caso de Da Vitória (PP) é outro ponto intrigante. Experiente, articulado, bem relacionado entre diferentes campos ideológicos, o deputado federal parece ser aquele nome que todos respeitam, mas poucos amam. A pesquisa mostra que ele está presente, mas não empolga. Transita bem entre diferentes forças, mas precisa de uma bandeira concreta que o diferencie no mar de candidaturas.

Vidigal

Entre os nomes em ascensão, Sérgio Vidigal (PDT) chama atenção por sua força na Grande Vitória e por sua posição estratégica no governo Casagrande. Ele joga com discrição, observando os movimentos sem se expor demais. Com um histórico de força eleitoral na Serra e trânsito fluido no governo, Vidigal pode se apresentar como uma solução de última hora, caso o atual governador decida interferir diretamente na disputa.

Arnaldinho

Arnaldinho Borgo (sem partido), prefeito de Vila Velha, é outro nome a se observar. Jovem, bem avaliado e apontado como possível plano B de Casagrande, Borgo pontua bem na região metropolitana e é visto como alguém capaz de dialogar entre os polos ideológicos. Falta-lhe capilaridade no interior, mas sobra-lhe disposição para o jogo.

Sampaio

Já Euclério Sampaio (MDB), reeleito em Cariacica, aparece mais como figura simbólica do que como pré-candidato viável. Enfrentando questões pessoais de saúde, mantém alguma influência nos bastidores, mas parece estar mais voltado ao apoio do que à disputa direta pelo cargo.

Periféricos

Entre os nomes periféricos, o destaque (negativo) vai para Evair de Mello (PL). Deputado federal atuante, presente nos municípios e fiel ao ex-presidente Bolsonaro, ele deveria, em tese, estar melhor posicionado. Mas a realidade é outra: seu desempenho na pesquisa é decepcionante. Isso pode ser reflexo do desgaste da extrema-direita, da polarização tóxica ou, simplesmente, da falta de empatia do eleitorado com o personagem. Seja como for, Evair terá que reinventar sua narrativa — e rápido. Além de Evair, a pesquisa para o governo do Estado cita os deputados Helder Salomão (PT), Gilson Daniel (Podemos) e o ex-deputado Manato.

Desacreditados

Outro ponto que chama a atenção na pesquisa realizada pelo Instituto Flex Consult é que 58% dos entrevistados afirmaram não ter interesse nas eleições, candidaturas ou disputas políticas neste momento, o que representa um grande desafio para os futuros candidatos e, ao mesmo tempo, um mar de possibilidades que deverá ser absorvido por cada um.

Fonte: Agência Congresso

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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