Senado em jogo no ES: políticos em cena, público ausente
O tabuleiro está armado. Pena que o jogo, por enquanto, parece mais um episódio repetido de uma série que ninguém pediu para continuar assistindo.
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em 08 de abr de 2025, às 11h21

Embora 2026 ainda esteja tecnicamente no calendário e longe dos holofotes, a pesquisa do Instituto Flex Consult — realizada entre 25 de fevereiro e 10 de março — já traz os primeiros sinais de que a disputa pelo Senado no Espírito Santo será uma bela mistura de déjà-vu, promessas requentadas e apatia generalizada. Um cenário tão animado quanto uma segunda-feira chuvosa.
Nadando de braçada
No topo da lista aparece, sem surpresas, o governador Renato Casagrande (PSB), nadando de braçada. O detalhe? Seu domínio vem principalmente do interior, onde, aparentemente, a memória afetiva com gestores antigos ainda tem peso. Afinal, quem precisa de renovação quando se pode apostar em nomes com décadas de estrada?
Logo atrás, surge o ex-governador Paulo Hartung — aquele que está sem partido, mas nunca sem planos. Sua força está na Grande Vitória, onde os eleitores, ao que tudo indica, ainda enxergam algo de novo em velhos conhecidos.
De olho nos likes
O sempre carismático deputado Sérgio Meneguelli (Republicanos) aparece em terceiro. Conhecido por vídeos virais e discursos empolgados, tem boa recepção também na Grande Vitória — onde a política, aparentemente, ainda é movida a likes.
Da Vitória, deputado que aparece à frente do senador Fabiano Contarato (PT), já avisou que Senado não é sua praia. Seu foco é o governo do Estado. Em outras palavras, está só “de passagem” na pesquisa, mas já serve como sinal de alerta para quem achava que Contarato teria vida fácil na reeleição.
Os de direita
Já Gilvan da Federal (PL), campeão de votos e mestre em polêmicas, resolveu abandonar a ideia de Senado e buscar a reeleição. Com isso, quem sorri é Evair de Melo (PP), que herdaria a vaga e ainda carrega o selo de aprovação do ex-presidente Jair Bolsonaro — mesmo com o boicote nada sutil de Magno Malta, o “dono” informal do PL capixaba, que parece mais preocupado em manter seu próprio feudo do que em ampliar alianças.
No meio desse jogo, há também uma nota cômica: o senador Marcos do Val (Podemos), que a pesquisa praticamente sepulta politicamente. Seu desempenho é tão irrelevante que ele poderia tranquilamente se candidatar a síndico de prédio e ainda assim correr risco de derrota.
Tabuleiro armado
No fim das contas, o cenário de 2026 já se desenha: uma mistura de figuras conhecidas, ambições recicladas e eleitores tentando fingir interesse. O tabuleiro está armado. Pena que o jogo, por enquanto, parece mais um episódio repetido de uma série que ninguém pediu para continuar assistindo.

Fonte: Agência Congresso
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