Em uma entrevista exclusiva ao podcast “Viva Vida” do AQUINOTICIAS.COM, o infectologista Daniel Junger alertou sobre a importância de manter o diálogo sobre HIV/AIDS ativo, especialmente entre as novas gerações.

Segundo o especialista, apesar dos avanços no tratamento que permitem um bom controle da doença, o número de casos continua aumentando. A falta de informação e o preconceito são apontados como os principais obstáculos para a prevenção e o diagnóstico precoce.

“O que é mais difícil na minha prática clínica atualmente é conseguir tratar o preconceito”, afirma o médico. “Isso faz com que as pessoas não se testem, isso faz com que as pessoas muitas vezes não procurem o tratamento”.

Junger ressalta que o HIV não é mais uma sentença de morte como era na década de 90. Com o tratamento adequado, as pessoas com HIV podem ter uma vida normal e não transmitir o vírus. No entanto, a falta de informação leva à banalização dos riscos e à negligência com as medidas de prevenção.

Prevenção: informação e acesso

O médico destaca a importância da prevenção combinada, que inclui o uso de preservativos e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que impede a infecção pelo HIV. A PrEP é distribuída gratuitamente pelo SUS e deve ser utilizada por pessoas que se expõem ao vírus com frequência.

“Eu falo que eu vou ter uma sensação de uma pequena vitória no dia que eu tiver mais prontuários de PrEP para atender do que de portadores, porque a gente vai ver que a prevenção está tomando o lugar da contaminação”, diz Junger.

Onde procurar ajuda?

Na região Sul do Estado, o Centro de Referência em Infectologia de Cachoeiro de Itapemirim (CRIAS) oferece atendimento especializado em HIV/AIDS, incluindo a PrEP. Os testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C também podem ser realizados em postos de saúde.

Junger reforça a importância do sigilo médico e do acolhimento humanizado para que as pessoas se sintam seguras para realizar o teste e iniciar o tratamento, caso necessário.