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Moradores reclamam de infestação de maruins no Sul do ES

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Espírito Santo (Sesa), as ações de controle do mosquito silvestre devem ser feitas pelos municípios

Por Redação

3 mins de leitura

em 08 de abr de 2019, às 08h02

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um inseto quase invisível a olho nu, medindo entre um e quatro milímetros, vem tirando a paz de moradores de municípios do Sul do Estado. A população de Alfredo Chaves, Anchieta, Rio Novo do Sul e Cachoeiro de Itapemirim investe em repelentes, inseticidas caseiros e passa o dia com roupas compridas, mas não tem sido o suficiente para evitar as picadas do Ceratopogonidae, mais conhecido como maruim.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Espírito Santo (Sesa), as ações de controle do mosquito silvestre devem ser feitas pelos municípios, mas esclarece que no ano passado, a gerência de Vigilância Ambiental da Sesa realizou o manejo integrado do vetor e capacitou agentes municipais de endemias da região Sul, além da captura de várias espécies para monitoramento. As amostras foram encaminhadas para análises da Fiocruz e do Instituto Evandro Chagas (IEC).

Atualmente, morando no centro de Rio Novo do Sul, a cabeleireira Kelly Marthalina, 36 anos, conta como é conviver com as picadas diariamente.

“Quando me casei, há nove anos, e fui morar em Quarteirão, vivia com a casa fechada e usando calça e meia o tempo em que estava em casa, nunca me acostumei com as picadas. Minha filha era alérgica e ficava toda empolada, era ruim para nós duas. No começo deste ano, no mês de fevereiro eu mudei de novo para Quarteirão, foi horrível mais uma vez, e agora tenho um menininho e ele também é alérgico. Quase não podia ficar do lado de fora para brincar. Voltei a morar no Centro do município pouco depois, mas já notei que a infestação é na região toda, e que os mosquitos atacam no período da tarde para a noite”, relatou a cabeleireira.

Em Cachoeiro, há relatos de maruim na região do bairro Nova Brasília e no distrito de Córrego dos Monos.

Turismo prejudicado

Dirceu Cetto, proprietário de um Café Colonial, em Cachoeira Alta, no interior de Alfredo Chaves, conta que os maruins atacam com maior intensidade em determinadas épocas, e que o turismo regional tem sido prejudicado pela infestação.

“Os ataques destes mosquitos prejudicam nosso empreendimento, muitas pessoas que frequentam nosso Café têm alergia ao inseto e ficam muito incomodadas. Nós, que moramos no interior, sofremos com isso há muito tempo, mas temos notado que este ano está mais intensa a frequência destes maruins. Eles incomodam muito nas tarefas diárias”, contou Dirceu.

Outro empreendedor, morador de Pongal, em Anchieta, Guilerme Antônio, 29 anos, reclama da propagação da praga. “O incomodo é geral tanto para os turistas, quanto para a gente que mora aqui. Acredito que seja um desequilíbrio ecológico, tá impossível de empreender na região. Há um incômodo muito grande na hora que os clientes chegam até ao restaurante. Nossa preocupação é que com o tempo, os clientes passem a não frequentar mais o local e por consequência, a não indicar nosso estabelecimento”, reclama.

O inseto

Os maruins têm um ciclo de vida de aproximadamente 50 dias e são encontrados em praticamente qualquer habitat aquático ou semiaquático, por todo o mundo. As fêmeas da maioria das espécies são adaptadas para sugar sangue de algum tipo de animal hospedeiro.

Normalmente se aproveitam do cepo da bananeira em apodrecimento para se reproduzir. O que é mais comum na região Sul do Estado. Os maruins gostam de ambiente quente e úmido, mas também suas larvas são encontradas em terrenos baldios, debaixo de cascas de árvores, em madeira apodrecida, esterco, lama, margens de rios, buracos nos trocos e raízes dos vegetais ou plantas que acumulam água.

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