Especial
Aqui elas são a maioria na redação, trabalhando pela melhor informação
Cada vez mais, as mulheres têm ocupado espaço em muitos setores profissionais. E um deles é este que assume a missão de buscar a melhor informação
Por Marcos Freire
A cada dia que passa, as mulheres têm se empoderado e assumido seu espaço na sociedade, apesar de ainda enfrentarem as violências físicas e psicológicas a que sempre estiveram sujeitas. São 365 dias – este dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não é exceção – enfrentando a dupla jornada de trabalho, todos os tipos de assédio (sexual, moral, psicológico), a violência física e o feminicídio. E no meio dessa luta, ainda sobra tempo para se apaixonar e dedicar a uma profissão, onde, em muitos casos, elas são a maioria.
Cada vez mais, as mulheres têm ocupado espaço em muitos setores profissionais. E um deles é este que assume a missão de buscar a melhor informação, sempre baseado na verdade dos fatos e no combate à mentira, entre estas as chamadas fake news: o Jornalismo. Essa presença feminina trouxe um novo modo de sentir e olhar os fatos, assim como reportá-lo à sociedade, aos leitores.
No portal AQUINOTICIAS.COM, elas são a maioria, porque a redação é composta por cinco mulheres e dois homens. E, entre elas, estão profissionais mais experientes, com muitos anos de jornalismo, e aquelas que estão começando.
A chefe onde elas são a maioria
A chefe de jornalismo é Alissandra Mendes que está na profissão há 23 anos. Ela trabalhou em vários veículos de Cachoeiro e Grande Vitória, além de uma agência de publicidade e em assessoria de imprensa. No jornal Aqui Notícias, Alissandra trabalhou por sete anos e, depois, ficou fora da empresa por cinco anos. “Retornei em 2021, para uma nova proposta que era trabalhar com vídeos e podcasts”, conta. “Há um ano e três meses, assumi a chefia de jornalismo do portal e, pela primeira vez em toda a minha carreira, a redação é predominantemente formada de mulheres”, completa.
Alissandra Mendes afirma que trabalhar, no início, como repórter policial, em uma época em que os homens assumiam essa função, foi realmente um desafio. “O julgamento pela pouca idade, pouca experiência e por ser mulher existia todos os dias, mas sempre tive convicção que o meu trabalho, se fosse bem feito, mudaria essa opinião, e acredito que consegui, porque construí uma carreira longa, ganhei respeito e conquistei meu espaço”, ressalta.
Aos 42 anos, ela é casada há 10 anos, não tem filhos e, agora, em 2023, vai concluir a graduação de Licenciatura em História, mas o jornalismo segue sendo sua paixão. “Conciliar as tarefas de casa com os estudos e o trabalho é um desafio diário, mas satisfatório, quando sabemos que estamos fazendo a diferença”, afirma. “Liderar uma equipe e alcançar bons resultados reforça que nós mulheres podemos estar onde quisermos”, completa.
A caçula da redação
Caroliny Fassarella, de 19 anos, é a caçula da equipe do portal Aqui Notícias. Ela conta que se apaixonou pelo jornalismo quando estava na 6ª série, “quando li Clarisse Lispector”. Filha mais velha de mãe solteira que, segundo Caroliny, é sua maior inspiração, atualmente, está cursando o 2° período da faculdade de Comunicação Social. “Minha mãe trabalhava na roça, então, desde criança, assisti ela carregar sacos de café nas costas, sempre fazendo o dobro que os homens e quase sempre recebendo menos e, ainda assim, fazendo o melhor dela”, conta. “Faz um mês que estou trabalhando no portal Aqui Notícias e tem sido uma experiência maravilhosa trabalhar na área que eu gosto e ter a oportunidade de ver tantas mulheres incríveis e competentes, onde elas são a maioria, se empenhando em nome da verdade, exemplos de quem eu quero me tornar futuramente, ouvindo a história de cada uma, entendendo que nunca foi fácil e que outras tiveram que destrinchar o caminho, para que pudéssemos fazer o que fazemos, hoje, com liberdade”, enfatiza.
Já a jornalista Rafaela Thompson, 29 anos, vai completar uma década de jornalismo em 2024. Ela afirma que é realizada na profissão que ama e na qual começou muito jovem. Embora tenha trabalhado como única mulher nas redações ou com pouquíssimas mulheres, nos jornais por onde passou, conta que foi motivada e inspirada por algumas delas. “Duas delas, em especial: Alissandra Mendes, minha primeira referência feminina no jornalismo local e primeira editora mulher, e a Fernanda Zandonadi, uma professora de jornalismo para mim”, destaca. “Hoje, atuo numa redação em que a maioria é de mulheres que admiro e aprendo muito sobre a vida e a profissão, com a vivência de cada uma”, pontua.
Pammela Volpato tem 39 anos e é formada há 15 anos em jornalismo que também classifica como uma grande paixão e uma certeza desde a infância. Já passou por grandes redações capixabas, onde aprendeu muito, inclusive, de que nem tudo são flores. No entanto, diz que é compensador quando se faz o que se ama. “Uma das coisas que me encantam no jornalismo é a possibilidade de conhecer pessoas e contar suas histórias, poder ajudar de alguma forma, levar informação de qualidade, isso é o que me motiva todos os dias”, afirma.
“Também ficamos cansadas e precisamos de cuidados”
Hoje, Pammela é casada e tem um filho, de 1 ano e 8 meses. Logo, além do trabalho, tem as responsabilidades como esposa, mãe e dona de casa. Mas acha que não se deve romantizar a capacidade que as mulheres possuem de “dar conta de tudo”. “Porque nós também ficamos cansadas e precisamos de cuidados”, lembra. “Por isso, desejo que nós sejamos vistas, amadas, cuidadas e, principalmente, respeitadas, porque mais do que flores e igualdade salarial, queremos poder viver em paz, sem medo de sermos mulheres, sem medo de sofrer todo tipo de violência e sentindo orgulho de ser quem somos”, enfatiza.
A jornalista Adrieny Rodrigues Couto nasceu e foi criada em Cachoeiro de Itapemirim. Mas precisou deixar o Espírito Santo, em 2012, rumo à realização de um sonho: estudar em uma das maiores universidades do país. Por meio do Enem e de um bolsa de estudos de 100%, pelo Prouni, ela estudou e se formou em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em 2016. Sempre com o apoio de sua mãe. “Minha mãe sempre foi minha maior inspiração e ela sempre acreditou que os estudos me ajudariam a ter mais oportunidades, oportunidades essas que ela não teve”, ressalta.
Assim que se formou jornalista, Adrieny voltou para Cachoeiro e, de lá para cá, foram anos de aprendizado, experiências e realizações. “Não foi fácil, mas tudo que vivi me ajudou a crescer profissionalmente e ser reconhecida pelo meu trabalho”, afirma. “Hoje, com 30 anos, sigo cheia de sonhos, tanto na vida pessoal quanto profissional, mas, a cada dia, mais segura de que posso conquistar todos eles”, conclui, com a força de trabalhar em um local em que elas são a maioria.
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