Médica mostra força para inspirar e ajudar mulheres em tratamento
Existem mulheres que são fonte de inspiração, verdadeiras heroínas mesmo. Quase sempre, elas estão nos filmes, nas revistas e nos livros


Por Pammela Volpato
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiExistem mulheres que são fonte de inspiração, verdadeiras heroínas mesmo. Quase sempre, elas estão nos filmes, nas revistas em quadrinhos e nos livros de História, mas às vezes elas estão por aí, bem ao nosso lado. É o caso da médica oncologista Sabina Bandeira Aleixo, gaúcha de Pelotas que, para nossa sorte, há 21 anos adotou Cachoeiro como lar.
Casada com o também oncologista José Zago Pulido, ela trabalha no Hospital Evangélico, coordena a Residência Médica da instituição; coordena o Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia; integra a comissão executiva do hospital e também está à frente de diversas ações sociais que envolvem os pacientes, é presidente do Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer de Cachoeiro de Itapemirim – GAPPCI e docente no curso de Medicina na Faculdade Multivix.
Além de tudo isso, Sabina é dona de casa e mãe de dois filhos, com 17 e 14 anos. Haja fôlego para tantas atividades! Só mesmo sendo dotada de super poderes para dar conta dessa rotina intensa e cheia de responsabilidades. Força, determinação e coragem ela tem de sobra.
Sabina escolheu a medicina pela paixão em cuidar das pessoas. Fez faculdade na Universidade Federal de Pelotas. Depois fez Residência de Clínica Médica e de Oncologia no Hospital das Clínicas em Porto Alegre. Assim que concluiu a residência, quis o destino que ela o esposo viessem para cá em 2001. “Nessa época o Governo começou a exigir que todas as cidades que oferecem tratamento oncológico tivessem um especialista com título na área. Escolhemos Cachoeiro porque gostamos daqui, é próximo de praias e montanhas e, além disso, o hospital aceitou nós dois, que somos especialistas na mesma área, nas outras cidades só aceitavam um”, conta.
Sem conhecer ninguém, eles enfrentaram uma viagem de três dias de carro – equipado apenas com ar quente, uma vez que Porto Alegre é uma cidade fria, e vieram parar em Cachoeiro. “Nos deparamos com uma cidade extremamente quente e em meio a um surto de dengue”, relembra.
Fora o impacto com o clima, a adaptação do casal à nova casa foi fácil. Atualmente, apenas o sotaque denuncia que eles não são naturais daqui. “O povo é receptivo. Fomos muito bem recebidos no hospital. Não me arrependi de nada, conquistei muitas coisas e muitos amigos. Até meus pais vieram morar aqui também”.
Os desafios da oncologia
A opção pela Oncologia é fruto da vontade de vencer desafios. “Gosto de fazer o que as pessoas acham que é difícil. Pacientes oncológicos eram meio discriminados e pensei em cuidar deles. Sou muito humana, gosto de abraçar, chorar junto, conhecer a família, e a oncologia tem esse perfil. É preciso ser séria, mas é fundamental ter delicadeza e sensibilidade para lidar com um momento tão difícil”.
A médica conta que no início foi difícil. “Sair da teoria e partir para a prática é complicado. Dar um diagnóstico de câncer não é fácil. No primeiro mês eu quase desisti, mas tive uma professora, a Clarice Gayer, que ajudou e inspirou muito. Ela me ensinou a lidar com as notícias ruins, a tratar a dor e fazer isso de forma sensível”, explica.
“Hoje eu aprendi a lidar com as perdas, mas a gente sempre sofre, pois a relação é muito intensa. Vejo os pacientes quase diariamente, conheço as famílias, as histórias, e então é mais difícil. A gente começa a valorizar as coisas que são realmente importantes na vida”, complementa.
Tempo para a família
Geralmente Sabina trabalha em horário comercial, mas para conciliar o trabalho com a vida pessoal, é preciso algumas regras. “Minha família sempre almoça junto, fazemos questão. Depois do almoço ajudo meus filhos com as tarefas da escola e sempre que posso participo das atividades complementares. Não sou tão presente como outras mães, mas faço o possível”.
A médica contou que, mesmo se esforçando, os filhos às vezes lamentam a ausência da mãe. “Meus filhos entendem meu trabalho, é claro que também sentem minha falta, mas ao mesmo tempo sentem orgulho de mim e isso me emociona”.
Para deixar a rotina mais leve, ela conta com a ajuda de três cachorrinhas da raça Spitz. “Nunca imaginei que teria um pet, mas é maravilhoso, ajuda a relaxar”.
Como toda mulher, Sabina é vaidosa, e muito! “Adoro me cuidar. Vou ao salão toda semana, uso maquiagem todo dia, fico atenta à moda, uso cremes e faço procedimentos estéticos. Tenho quase 50 anos e procuro parecer mais jovem, gosto de me sentir bonita”.
Força e coragem para inspirar
Ela se define como uma mulher forte e corajosa. “É gratificante pensar que posso ser fonte de inspiração para alguém. Nunca quis ser uma mulher frágil, que chora fácil. Gosto de desafios e procuro me impor devagar”.
Entre os superpoderes de nossa heroína, um que ela gostaria de ter é o dom da cura. “Tudo na vida tem jeito quando se tem saúde. Eu queria ter o dom da cura, pois sem saúde não fazemos nada”.
E a inspiração de Sabina, além da professora Clarice Gayer, é a atriz Audrey Hepburn, que estrelou o filme Bonequinha de luxo, e tantos outros. “Ícone do cinema, ela foi ativista, humanitária e se destacou como embaixatriz da Unicef. Assim como ela, sempre quis ser uma mulher forte e capaz de ajudar o próximo”.
Não há dúvidas de que conseguiu, Dra. Sabina.










