Única instrutora de Va'a no Sul do ES fala sobre força feminina
A atividade carregada de história chegou há alguns anos no Espírito Santo e, pouco depois, em Anchieta, no Litoral Sul capixaba


Por Rafaela Thompson
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiEsporte e força feminina — Usadas como meio de transporte entre as ilhas polinésias na antiguidade, as canoas havaianas (ou polinésias), também conhecidas como Va’a, são, na atualidade, utilizadas como prática esportiva ligada ao ecoturismo e à consciência ambiental. A atividade carregada de história chegou há alguns anos no Espírito Santo e, pouco depois, em Anchieta, no Litoral Sul capixaba.
No entanto, esse texto não é sobre a canoa havaiana, mas, sim, sobre a história da capixaba Luana Ferreguette, única instrutora de Va’a no Sul do Estado, que por meio do esporte transformou a sua vida e hoje transforma a vida de muitas outras pessoas, principalmente, a de mulheres.
Luana conta que estava numa fase confusa da vida, procurando entender suas vivências e buscando a força feminina para vencer a baixa autoestima e transformar seus hábitos. E foi na remada da canoa havaiana que ela entendeu seu propósito de vida. Segundo a navegadora, o esporte trabalha questões como harmonia, equilíbrio, preservação da natureza, além de estimular a energia feminina.
“Remei a primeira vez numa manhã ensolarada, experimentando e admirando minha cidade por outro ângulo. Foi espetacular. Porém, neste primeiro dia, por descuido meu, bati minha boca no flutuador ao mergulhar e quebrei meus dois dentes da frente. Naquele momento, tive que tomar uma decisão: ou ficava triste e deixava aquilo afetar ainda mais minha autoestima e voltava para a areia reclamando ou continuava naquela experiência maravilhosa e deixava para resolver o problema do dente apenas em terra firme”, contou a navegadora que hoje gerencia um clube de canoa havaiana em Anchieta.
No esporte, Luana encontrou a força feminina que buscava, a motivação para melhorar sua qualidade de vida, aprendeu a não desistir na primeira falha, e, até, encontrou um amor. Isso porque por meio do esporte ela conheceu o marido. Hoje, a navegadora está à espera de Lana, a primeira filha do casal.
“Estou gerando uma vida e ela está ligada à canoa. Conheci meu esposo numa competição, que também é atleta e professor de canoa. E agora está vindo o fruto das águas: Lana, que no polinésio significa luz no mundo. Estar gestante e dar aula todos os dias em contato com o universo que tanto amo, sobre as águas, recebendo o espetáculo dos golfinhos, peixes e tartarugas é, para mim, um privilégio”.
Embora tenha alunos homens, Luana ajuda outras mulheres a se conectarem com a energia feminina e quer que elas superem seus desafios internos por meio da prática esportiva e, também, por meio dos preceitos polinésios, que tanto a ajudaram a encontrar seu caminho.
No Espírito Santo, há 70 clubes de canoa havaiana e, cerca de 20 deles, são comandados por mulheres. Conheça um pouco mais sobre Luana e a canoa havaiana no @anchieta.vaa. Confira alguns registros da instrutora.