Política Nacional

Aumento de crimes contra o patrimônio debatido em Guaçuí pela Ales

Aumento de ocorrências em Guaçuí e municípios vizinhos foi discutido em audiência pública da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa (Ales)

Por Redação

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em 14 de abr de 2023, às 12h36

Foto Lucas S. Costa
Foto Lucas S. Costa

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) realizou uma audiência pública, em Guaçuí, para debater o aumento de crimes contra o patrimônio do município e outras sete cidades da região. Os números apresentaram crescimento no primeiro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme um diagnóstico realizado pela comissão.

A audiência aconteceu na noite desta quinta-feira (13), na Câmara de Vereadores, contando com a presença do presidente da Comissão, deputado Danilo Bahiense, do deputado estadual da região do Caparaó, Coronel Weliton, e do presidente do Legislativo municipal, Valmir Santiago, entre outras autoridades civis e militares, assim como lideranças da região. Além de Guaçuí, a reunião abrangeu os municípios de Bom Jesus do Norte, São José do Calçado, Divino de São Lourenço, Alegre, Dores do Rio Preto, Jerônimo Monteiro e Apiacá.

Membros da sociedade que acompanharam a audiência pública da Ales em Guaçuí (Foto Lucas S. Costa)

O levantamento aponta um total de 55 furtos de celulares nesses municípios, nos três primeiros meses de 2023. São 13 a mais do que o número registrado no mesmo período, em 2022. O furto de veículos também cresceu: foram registradas 21 ocorrências, seis a mais do que no ano passado. Ainda neste primeiro trimestre, foram registrados três homicídios, sendo dois em Alegre e um em Guaçuí. Em 2022, não houve nenhum assassinato nesses oito municípios, no mesmo período.

No caso específico de Guaçuí, o comandante da Polícia Militar no município, Capitão Zuqui, explicou que, nos últimos anos, os homicídios têm se concentrado mais na zona rural da cidade. Para ele, as pessoas, muitas vezes, super dimensionam os problemas. “As pessoas acham que o caos está maior do que realmente está. Em 2021, tivemos seis homicídios em Guaçuí, no ano passado, tivemos dois (divergindo da informação passada pelo diagnóstico), nenhum na zona urbana. Ninguém se lembra do último homicídio na zona urbana de Guaçuí. Este ano foi um, agora em março, na zona rural. Decorrente de quê? Briga familiar, uso de droga e álcool indiscriminadamente”,

  • Além dos crimes contra o patrimônio, a violência nas escolas

Além dos crimes contra o patrimônio, a violência nas escolas foi um tema abordado por diversas vezes durante a audiência pública. O deputado estadual Coronel Weliton (PTB) disse que se trata de uma questão sensível e ressaltou que os poderes públicos constituídos estão buscando soluções para evitar que novas tragédias ocorram em terras capixabas. “Essa violência que, nós sabemos, foi banalizada ao longo do tempo e que atingiu nossas ruas, nossas casas, nossos comércios, agora chegou às nossas escolas. Então, acredito que é um tema atual e que, com certeza, será pautado”, disse. “Lá na Assembleia Legislativa já estão em andamento diversos projetos, indicações, e o próprio Governo do Estado está se movimentando para colocar psicólogos, policiamento e segurança armada nas escolas”, completou.

Já o presidente da Comissão de Segurança, deputado Danilo Bahiense (PL), acredita que a impunidade acaba contribuindo para a reincidência desses crimes. “De cada 100 prisões que realizam, 40 a 50 são soltos em audiência de custódia. Mesmo assim, os presídios estão superlotados, com mais de 20 mil presos (no Espírito Santo)”, lamentou, defendendo uma ação mais enérgica do Estado. “Não pode haver passividade frente a esse problema tão caótico”, enfatizou, listando crimes que acontecem em todo o Espírito Santo e não só na região. E também falou sobre o que classificou como “desvalorização dos agentes de segurança pública” do Estado.

Audiência vai gerar relatório, reunindo os problemas e soluções apontadas (Foto Lucas S. Costa).

Sobre as audiências públicas Danilo Bahiense disse que, após cada uma delas, é gerado um relatório, reunindo os problemas e soluções apontadas pelos especialistas em segurança, lideranças políticas e sociedade, de maneira geral. O presidente da comissão explicou que esse diálogo contribui para que o colegiado formule novos projetos de lei e indicações, com o objetivo de solucionar os problemas de cada uma das regiões ouvidas nas audiências.

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