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Saúde e Bem-estar

Autismo: quando o atraso na fala passa a ser um alerta?

Essa condição que consiste em um transtorno do neurodesenvolvimento, de acordo com Juliana Serrano, pedagoga da Apae da Serra.

Por Redação

4 mins de leitura

em 01 de abr de 2023, às 15h56

Foto: Divulgação

No dia 2 de abril, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. No entanto, os sinais que as crianças autistas dão ainda são pouco conhecidos pelos pais, que têm dificuldade em percebê-los. Um dos principais indícios são os prejuízos na comunicação verbal e não verbal, e muitas vezes na interação social. Essa condição que consiste em um transtorno do neurodesenvolvimento também pode vir acoplada a outras comorbidades, de acordo com Juliana Serrano, pedagoga da Apae da Serra.

A dificuldade com a interação social é um ponto muito importante que precisa ser observado, assim como respostas atípicas a alguma situação, sensibilidade a sons e textura de alimentos, dificuldade com a fala e o fato de não estar acompanhando a tabela de desenvolvimento. “Não existe isso da criança ter o seu tempo. Existem estudos que dizem que a criança com um ano tem de falar determinada quantidade de palavras. Não pode fugir muito disso. Então, se não fala, é um sinal de alerta. Os pais devem buscar ajuda de um pediatra, de um fonoaudiólogo ou de um neuropediatra”, alerta Juliana.

Hoje, na Apae da Serra, são atendidos 305 usuários com autismo. A instituição oferece um acompanhamento multifuncional, que conta com psicólogos, neuropediatra, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas e a equipe do AEE (Atendimento Educacional Especializado). No entanto, a pedagoga destaca que o diagnóstico não é reversível. O que pode acontecer é a mudança de nível graças ao tratamento realizado.

“Às vezes acontece de receber um aluno nível três, e com o suporte e com as terapias, ele passa a ser nível dois, depois, futuramente, chega até o nível um. Ou do nível dois vai para o nível um. Eles conseguem progredir nesse desenvolvimento cognitivo, mas nunca vão deixar de fazer parte do espectro autista”, explica.

autismo

A filha de Débora Vieira dos Santos, Raquel, é usuária da instituição e já apresenta bons resultados com o tratamento. “Raquel está lá desde dezembro e eu já tenho visto melhoras. A questão dela é comunicação, então esta questão está sendo trabalhada. Ela chega no ambiente que tem mais gente, ela já tenta se socializar. Então é aos pouquinhos, mas esse pouquinho para a gente é muita coisa”, comemora Débora.

Ela, que é mãe de outras duas crianças que também são autistas, desconfiou do diagnóstico ao perceber que a filha não se comunicava facilmente. “Eu percebi que ela era uma criança que não era de se comunicar com as pessoas. A fala dela era diferente. Ela se comunicava apontando, mostrando as coisas. As coisas dela tem que ser tudo da mesma forma, ela é muito rotineira”, conta.

Para se especializarem ainda mais no atendimento à pessoa com TEA, a Apae da Serra conta com sete profissionais participando do curso de pós-graduação lato-sensu em ABA – Análise de Comportamento Aplicada, ciência que estuda os comportamentos humanos que são socialmente relevantes, visando entender, analisar e explicar as relações entre os comportamentos humanos com o ambiente e aprendizagem.

Uma em cada 36 crianças fazem parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA) De acordo com uma pesquisa do Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC) dos Estados Unidos, 1 em cada 36 crianças de 8 anos fazem parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este número é 22% maior que o dado anterior, que data de dezembro de 2021 (a pesquisa é atualizada a cada dois anos) e que teve como resultado 1 criança com autismo a cada 44.

No Brasil, não há nenhuma pesquisa que forneça esses dados. Mas, para efeito de comparação, de acordo com a proporção da população brasileira, pode-se estimar que existem 5,95 milhões de autistas no país.

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