Vinhos, ovos de Páscoa e outros tipos de chocolate, bacalhau e outros peixes e até coelhos de pelúcia são alguns dos produtos mais vendidos nesta época do ano. Mas é preciso ficar atento, pois a quantidade de impostos que o brasileiro vai pagar chega a ser mais da metade do valor final.
Este é o caso do vinho importado, que tem 59,73% de seu preço destinado para o pagamento de impostos. Se a opção for por vinho nacional, o percentual cai para 44,73%.
Outro item que está na lista de compra dos brasileiros é o bacalhau. O produto importado chega a ter 43,78% de seu preço final voltado para os tributos. Já, para os amantes do chocolate, o custo com impostos é menor: 39,61%. Vale lembrar que o ovo de Páscoa tem um percentual um pouco menor: 38,53%.
O advogado tributarista Samir Nemer explicou que a tributação brasileira é, de modo geral, focada sobre o consumo e não sobre a renda que o cidadão ganha.
“São vários tributos que incidem nos produtos que consumido e, como eles estão embutidos no valor final, nem sabemos ao certo o que e quanto estamos pagando. O modelo ideal de sistema tributário seria inverter essa lógica: colocar o enfoque sobre a renda e menos sobre o consumo”, frisou o advogado.
Entre os impostos que são cobrados nos valores dos produtos, estão o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“Já nos produtos importados, como o bacalhau e o vinho muito comprados nesta época do ano, além da tributação frequente, é acrescentado o imposto de importação. Além disso, a alta do dólar tem pressionado o preço desses produtos”, esclarece Nemer, que é sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.
Nemer explica que o sistema tributário brasileiro também atua com o chamado princípio da essencialidade. “Isso significa que, quanto mais essencial for o produto, menor a carga tributária. Mas, quanto mais supérfluo, maior a carga”.
O advogado ressalta ainda que, para economizar, além de avaliar o percentual de tributos que já nos produtos que alimentos que serão comprados, é sempre válida a dica tradicional do consumidor: pesquisar preço.
“São dois pontos de igual importância: tão importante quanto procurar promoções é saber quanto de imposto pagamos em cada item, pois esse percentual também pode deixar a Páscoa mais salgada. Poucos consumidores param para pensar sobre a carga tributária embutida nos produtos, na hora da compra. É importante conhecer esses valores para também para cobrar dos nossos governantes o uso desses impostos”.
Almoço fora de casa
Em muitas famílias, o tradicional almoço de Páscoa também ocorre fora de casa, em restaurantes, que preparam pratos especiais para a data. Mas vale o alerta: além dos diversos impostos que incidem sobre os alimentos usados pelos chefs de cozinha, que serão aplicados também para o cliente, quem optar por almoçar fora também vai ter de desembolsar um pouco mais. Isso porque o imposto para almoçar em restaurante equivale a 32,31% do valor final que é cobrado na conta.
Lista de produtos da Páscoa e seus impostos:
1- Vinho importado – 59,73
2- Vinho nacional – 44,73%
3- Refrigerante de garrafa – 44,55%
4- Bacalhau importado – 43,78%
5- Cerveja – 42,69%
6- Chocolate – 39,61%
7- Colomba pascoal de chocolate – 38,68%
8- Ovo de Páscoa – 38,53%
9- Bombom – 37,61%
10- Peixes – 34,39%
11- Coelho de pelúcia – 29,92%
12- Arroz – 17,14%
13- Pão francês – 16,86%
14- Cebola – 15,83%
15- Batata – 11,22%
Lista de serviços para a Páscoa:
Almoço em restaurante – 32,31%
Hospedagem – 29,56%
Passagem aérea – 22,32%
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