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Política

Comissão de Saúde da Assembleia do ES discute terapia renal

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) se reuniu, nesta terça-feira (28), para tratar do tema “Terapia Renal Substitutiva – Principais desafios do SUS”. O assunto foi abordado pelo chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas, Lauro Monteiro Vasconcellos Filho, e o colega nefrologista da Santa Casa de Cachoeiro […]

Por Redação

4 mins de leitura

em 01 de abr de 2023, às 14h48

Foto: JV Andrade
Foto: JV Andrade

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) se reuniu, nesta terça-feira (28), para tratar do tema “Terapia Renal Substitutiva – Principais desafios do SUS”. O assunto foi abordado pelo chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas, Lauro Monteiro Vasconcellos Filho, e o colega nefrologista da Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim, Sérgio Damião Santanna Moraes.

Lauro Monteiro explicou que muitas vezes os problemas renais podem não apresentar sintomas até a situação se agravar.

“Cinco são os estágios da doença renal. Nas fases 1 e 2, podemos até reverter e o rim voltar ao seu funcionamento normal. Na fase 5, menos de 10% dos rins estão funcionando. É só hemodiálise e transplante”, alertou o médico.

Por isso, o nefrologista alertou que uma a cada dez pessoas tem doença renal sem saber. Segundo revelou, 3.200 pacientes estão em diálise e 1.100 destes estão na fila de transplante no estado.

Prevenção

Para reduzir esses números, o médico entende que é fundamental focar em prevenir a doença renal crônica: “A prevenção é o exame de urina simples e exame de sangue para saber o nível de creatinina. A rede pública oferece. É preciso fazer anualmente”.

Lauro Monteiro ressaltou que as principais causas de doença renal são a hipertensão e o diabetes. “Há outros fatores como obesidade, cigarro e o consumo excessivo de anti-inflamatório”, acrescenta.

Hemodiálise x transplante

Além da prevenção, Lauro Monteiro expôs que o Estado focou nos últimos anos na criação de mais centros de diálise, uma vez que havia poucos e as pessoas acabavam recorrendo aos hospitais, que ficavam lotados de pacientes renais. Entretanto, destacou que o transplante é o tratamento que mais dá qualidade de vida e que é preciso investir em centros de transplantes.

“Em 2006, o Espírito Santo tinha quinze centros de diálise e cinco centros de transplantes. Hoje nós temos vinte e dois centros de diálise e dois centros de transplantes. Em 2017, fizemos 108 transplantes. Em 2022, fizemos 76. Em 2023, ainda queremos chegar aos índices de 2017. Isso é uma tragédia”, pontuou.

De acordo com o médico, os desafios no Estado passam pela implantação de equipe específica 24 horas de captação de órgãos, além da criação de novos serviços de transplante e centro de transplante pediátrico, bem como a implementação de programa de prevenção, com centros regionais de prevenção.

O nefrologista Sérgio Damião Santanna Moraes concordou. “O transplante é o que dá mais qualidade de vida. Sem dúvida”. Ele também entende que a prevenção da doença renal é crucial. “É possível prevenir. É mais barato e mais eficaz. O paciente está chegando pela porta do pronto-socorro. Isso aumenta o custo e a mortalidade. Não estamos fazendo o básico bem feito”, observou.

Sérgio destacou ainda a quantidade de vulneráveis no país. “Vamos envelhecendo e ficando vulneráveis. Diabéticos, fumantes, hipertensos também são vulneráveis. A maioria dos brasileiros não tem o privilégio de se prevenir da doença renal crônica. Isso é um desafio”, pontuou.

O médico chamou a atenção ainda da situação dos pacientes renais no sul do estado. “Temos que ampliar a terapia renal. Os pacientes de Cachoeiro estão saindo do município. Não estamos dando condições para que eles fiquem lá. Isso não deveria acontecer. Temos que juntar forças para o sul do estado. Temos um problema regional”.

Sesa

A gerente de Regulação do Acesso à Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Alessandra Baque Berton, destacou que as principais metas no que diz respeito à terapia renal substitutiva no estado são regular as vagas em clínicas de hemodiálise em até 72 horas após a solicitação; manter o paciente dentro da sua região de saúde, o mais próximo possível de seu domicílio; organizar e padronizar o acesso aos serviços de diálise e contribuir para a linha de cuidado do paciente renal crônico.

Para alcançar essas metas, Alessandra pontuou uma série de desafios a serem superados, como adesão integral do paciente ao protocolo proposto; a correção de vazios assistenciais em algumas regiões de saúde do estado e garantia de acesso ao público pediátrico.

A reunião foi presidida pelo presidente do colegiado de Saúde, Dr. Bruno Resende (União), e teve a participação dos colegas Hudson Leal (Republicanos), Callegari (PL) e Zé Preto (PL).

De acordo com o Ministério da Saúde, a terapia renal substitutiva é uma das modalidades de substituição da função renal por meio de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.

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