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Roberto Carlos

De Cachoeiro para o mundo! Conheça a história do Rei em sua cidade natal

O interesse pela música apareceu na infância. As primeiras lições de piano e violão, Roberto recebeu de sua mãe, que logo matriculou-o no Conservatório. Aos nove, o menino de voz afinada estreou na rádio local cantando um bolero

Por Redação

5 mins de leitura

em 19 de abr de 2023, às 13h29

Foto: Divulgação

Cachoeiro de Itapemirim, cidade localizada ao Sul do Espírito Santo, conhecida por ser o celeiro de grandes artistas, é a terra natal de ninguém menos que Roberto Carlos Braga, o Rei da Música Popular Brasileira. A cidade ainda preserva, em cada um dos seus cantos, as memórias dos primeiros anos de vida do artista.

Foi em uma casa de três quartos, localizada na chamada Rua da Biquinha, que Roberto Carlos nasceu, em 1941, no quarto de seus pais. Filho do relojoeiro Robertino Braga e da costureira Laura Moreira Braga, Roberto foi o caçula de quatro irmãos, nascendo depois de uma menina e de outros dois meninos: Norma, Lauro e Carlos Alberto.

“Zunga”, como era chamado, gostava de empinar pipa, andar de bicicleta e nadar no rio Itapemirim. Aos 6 anos, começou a estudar no colégio de freiras Jesus Cristo Rei, mesmo ano em que perdeu parte da perna direita, atropelado por um trem. Nessa escola Roberto foi aluno da Irmã Fausta, que em 1968, o presenteou com um medalhão banhado a ouro, símbolo da Congregação das Irmãs de Jesus na Eucaristia, que ele usou por muitos anos como uma espécie de amuleto. Lá, Roberto também solidificou sua relação com a religião católica, já que as missas na pequena capela faziam parte da rotina escolar.

Já na década de 50, o cantor frequentou o extinto “ginásio” no colégio Liceu Muniz Freire, no Coronel Borges. Nos intervalos das aulas, ele gostava de jogar bola com os colegas e já ensaiava as primeiras paqueras. Muito carismático, já fazia sucesso com as mulheres nessa época.

A família Braga morava numa casa simples, na Rua João de Deus Madureira, no bairro do Recanto. A casa tinha três quartos, sala, cozinha e um quintal amplo, com árvores. Seu Robertino, pai do cantor, era relojoeiro, e a mãe, dona Laura, costureira. Era ela quem fazia os terninhos de Roberto quando, aos nove anos, ele começou a se apresentar na rádio local.

Roberto Carlos homenageou a cidade onde nasceu gravando a música “Meu pequeno Cachoeiro”, composta por Raul Sampaio e que se tornou o hino oficial da cidade. Foi no rio Itapemirim que o cantor aprendeu a pescar com seu pai e irmãos mais velhos.

Aos nove anos Roberto fez sua estreia na rádio Cachoeiro ZYL-9 e cantou o bolero “Amor y más amor”. O cachê foi um punhado de balas! Ele diz que nunca ficou tão nervoso na vida. Mas, passado o primeiro “susto”, voltou a se apresentar todos os domingos nas matinês, com o violonista Zé Nogueira, à época com 22 anos e um grande incentivador da carreira de Roberto Carlos. De tanto ganhar o concurso, ele foi convidado a cantar no programa todas as semanas. A rádio funcionava na rua Siqueira Lima, próxima a Ponte de Ferro.

Roberto mostrou gosto pela música desde cedo, mas não era muito de estudar na escola. De acordo com o pai, seu Robertino, desde muito pequeno o filho já assobiava, e era afinado. Ele começou a aprender violão e piano com a mãe, Dona Laura, e depois no Conservatório Musical de Cachoeiro. Era fã de Bob Nelson, um artista que cantava músicas “country” em português.

Foi no Conservatório de Música de Cachoeiro (localizado na rua Dr. José Paes Barreto), que o Rei aprendeu a tocar piano entre 1954 e 1955, com a professora Elaine Manhães, falecida em 2011. A professora dizia que o aluno tinha ouvido absoluto (capacidade de identificar e reproduzir qualquer nota musical imediatamente) e logo se tornou o melhor aluno da turma: “Ele pegava todos os tons logo de primeira”.

Fui ao Rio de Janeiro, pra voltar e não voltei…

Ser cantor virou um objetivo para Roberto Carlos e fez com que, em 1955, aos 14 anos, esticasse as férias na casa de sua tia Jovina, em Niterói, para tentar a sorte na rádio que dava oportunidade a novos cantores. No ano seguinte, ele voltou a morar com a família, que mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1957, Roberto conheceu Tim Maia no bairro da Tijuca. Fãs de rock, os dois, mais Arlênio Lívio e Wellington Conceição, formaram o grupo de rock “The Sputiniks”.

A mãe esteve presente em todos os momentos da vida de Roberto Carlos. O Amor e os cuidados com o filho foram retribuídos publicamente em homenagens como a música “Lady Laura” e os nomes dos barcos do Rei, que sempre se chamaram Lady Laura.

Roberto ganhou seu primeiro violão aos 17 anos de idade, presente do pai, Robertino. Em entrevista à revista Cartaz, em 1971, ele contou como foi: “Saímos um dia e entramos numa loja de instrumentos musicais no Largo da Carioca (no Rio) e compramos o violão mais caro. O Zunga experimentou todos os violões, até escolher aquele que queria. Foi com esse violão que compôs seus primeiros sucessos”.

O pai do rei morreu em janeiro de 1980, aos 83 anos de idade. Em homenagem a seu Robertino, Roberto compôs a música “Meu querido, meu velho, meu amigo”, em 1979.

O título de Rei foi dado ao cantor pelo lendário apresentador Chacrinha. A “coroação” ocorreu em 1966, durante um programa do “velho guerreiro” na extinta TV Excelsior, em 1966. Roberto Carlos foi coroado pela sua mãe, Lady Laura, e ganhou o título de “Rei da Juventude”.

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