Marketing Invisível no Entretenimento: Você Vê. Só Não Sabe.
O entretenimento de hoje não é o mesmo que as gerações passadas conheciam, mas há algo que não mudou sobre ele: a influência que exerce sobre as pessoas. Não é um exagero pensar que quase todo ser adulto da geração atual, ouviu, pelo menos uma vez, algo parecido com “aquela pessoa não é uma boa […]
O entretenimento de hoje não é o mesmo que as gerações passadas conheciam, mas há algo que não mudou sobre ele: a influência que exerce sobre as pessoas.
Não é um exagero pensar que quase todo ser adulto da geração atual, ouviu, pelo menos uma vez, algo parecido com “aquela pessoa não é uma boa companhia para você”.
A frase, geralmente proferida por uma mãe ou avó, deixa uma mensagem simples e direta: As pessoas são influenciáveis.
Essa certeza milenar, hoje, é utilizada massivamente por empresas ao redor de todo o globo e, de modo geral, isso não é visto como algo negativo, afinal, pessoas confiam muito mais em pessoas do que em marcas e empresas.
Mas, será que todo mundo consegue identificar quando há uma intenção por trás de uma comunicação?
A maioria das pessoas, não.
A propaganda, na verdade, nunca foi clara sobre sua aparição, mesmo existindo leis e normas abordando o assunto há muitos anos.
As estratégias das marcas, muitas vezes, envolvem fazer propagandas explícitas através de um canal e ações subliminares em outro, e isso pode confundir bastante a percepção dos consumidores.
O mercado sempre funcionou desse jeito, mas hoje há muita discussão sobre o assunto. Afinal, é ético ou não utilizar estratégias de marketing não sinalizadas?
A Propaganda Convencional:
Uma empresa do segmento joalheiro cria uma ação publicitária em conjunto com a emissora Y de televisão para veicular uma peça/propaganda de Dia dos Pais durante o intervalo da novela “das 8”.
A cena mostra um pai vendo um álbum de fotos de um bebê, enquanto roda na tela uma memória de quando ele colocou a famosa pulseirinha de ouro com o nome escrito no bracinho da sua filha recém nascida. No mesmo instante, ela entra na sala com uma caixa da joalheria, ele se emociona e ela coloca no seu pescoço um lindo escapulário masculino. Música suave de fundo, uma voz adocicada e uma frase emocionante encerram o vídeo com a logomarca da empresa, o endereço das lojas, o endereço do site e qualquer outra informação que faça com que a ação de marketing seja o mais direta possível.
Essa propaganda é claríssima. Não há como o espectador não saber que se trata de uma ação publicitária.
A Propaganda Subliminar ou Subjetiva:
Acaba o comercial da joalheria, acaba a novela das 8, e pouco tempo depois, o espectador está, novamente, em frente à tela para assistir BBB ao vivo.
A casa mais vigiada do Brasil não permite que seus participantes usem roupas ou acessórios de marcas que não estejam patrocinando o programa, justamente porque sabe que a possibilidade daquele produto se tornar uma febre nacional é muito grande e a emissora estaria perdendo a possibilidade de monetizar sobre ele.
A pergunta, nesse caso, é: É possível evitar que um participante faça uma campanha de marketing subliminar?
Com certeza, não. E as pessoas que assistem ao programa provavelmente se envolverão tanto com a propaganda discreta feita pelo “brother” quanto com as campanhas milionárias dos patrocinadores do programa.
Quem não se lembra da sandália vermelha de Manu Gavassi, no BBB 20? Certamente, foi muito mais citada do que muitos produtos e marcas que, de fato, pagaram para aparecer durante as exibições dos programas. O nome disso? Marketing Invisível.
Faz sentido? Funciona?
Muita gente pode acreditar que uma marca X ou Y não vai conseguir arrecadar milhões por, simplesmente, calçar um artista ou ter algum de seus produtos aparecendo no fundo da live de um famoso, mas a verdade é que, mesmo a menor aparição, pode causar efeitos expressivos no faturamento de um negócio.
No mercado da bola, um dos que movimenta as maiores cifras do mundo, esse tipo de ação sempre foi comum.
Estampar um pequeno pedaço da camisa de um jogador de futebol pode custar milhões e as marcas não se importam em pagar.
Prova disso é que, hoje, 19, dos 20 times da Série A têm algum site de aposta online como patrocinador.
Há entre esses sites uma concorrência enorme, o que inflaciona o preço das campanhas, mas mesmo assim, quase todas as “vagas” permanecem ocupadas.
Na situação do patrocínio dos times, trata-se de uma propaganda oficial, comunicada e explícita, mas o efeito que ela causa (a fixação da marca) não é diferente da publicidade subliminar e o do marketing invisível que têm sido bastante praticados no mercado de influência.
Com a ajuda de influenciadores, as marcas conseguem se inserir no cotidiano das pessoas gastando muito menos do que se estivessem investindo no marketing convencional.
Basta que um grupo de blogueiras apareça com um relógio específico que não será preciso nem ao menos dizer o nome da marca que o fabrica. O público “antenado” descobrirá, e as vendas serão fortemente impulsionadas.
Como nas camisetas dos jogadores, basta aparecer.
Marketing de Influência: O Poder Subliminar
O Relatório de Benchmark de Marketing de Influenciadores 2023, feito em parceria com o HypeAuditor, resumiu os pensamentos de mais de 3.500 agências de marketing, marcas e outros profissionais relevantes sobre o estado atual do marketing de influenciadores, juntamente com algumas previsões de como as pessoas esperam que ele se mova no próximo ano e no futuro.
O Aumento do Uso de Guest Posts em Portais de Notícias
Outra estratégia de marketing invisível que tem ganhado força é a utilização de guest posts em portais de notícias. O guest post é uma forma de compartilhar conteúdo relevante e de qualidade em sites e blogs de terceiros, permitindo que as marcas alcancem um público maior e gerem maior autoridade para seus produtos e serviços.
Um backlink é um link que direciona o usuário de um site para outro, estabelecendo uma conexão entre os dois. Quando uma marca consegue inserir um backlink em um portal de notícias ou blog de influência através de um guest post, ela aumenta a visibilidade e a credibilidade de seu site, melhorando seu posicionamento nos mecanismos de busca.
Dentro do contexto do marketing de influência, os dados do Relatório de Benchmark de Marketing de Influenciadores 2023 indicam que 67% dos entrevistados que fazem orçamentos de empresas para marketing de influenciadores pretendem aumentar o investimento, estando dispostos a comprar backlinks de outros sites relevantes e pagar por breves aparições em vídeos no YouTube. Essa tendência demonstra a crescente importância dos backlinks e das estratégias de marketing invisível, como guest posts em portais de notícias, no cenário atual do marketing digital.
Destaques notáveis
- A indústria de marketing de influência deve crescer para, aproximadamente, US$ 21,1 bilhões em 2023.
- 63% planejam usar IA na execução de suas campanhas.
- Quase 60% dos influenciadores admitiram comprar seguidores pelo menos uma vez a fim de reforçar sua credibilidade diante do público..
- Mais de 83% dos entrevistados da pesquisa acreditam que o marketing de influência é uma forma eficaz de marketing.
- 71% dos influenciadores admitem ter aumentado a quantidade de conteúdo que produzem e compartilham.
- 23% das empresas entrevistadas pretendem gastar mais de 40% de todo o seu orçamento de marketing em campanhas de influenciadores
- Há uma forte preferência por trabalhar com pequenos (nano – 39% e micro – 30%) influenciadores à frente de macro-influenciadores caros (19%) e celebridades (12%)
- Agora a norma é pagar influenciadores (42%), em vez de apenas dar a eles um produto gratuito (30%).
- O TikTok (utilizado por 56% das marcas que usam marketing de influenciadores) é agora o canal de marketing de influenciadores mais popular, saltando à frente do Instagram (51%) pela primeira vez e bem à frente do Facebook (42%) e do YouTube (38%).
Redação: Bruna Bozano.
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