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Política

Médicos defendem telemedicina para atendimento de AVC no ES

O assunto foi debatido, nesta quarta-feira (4), pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa

Por Redação

4 mins de leitura

em 05 de abr de 2023, às 13h39

Foto: Divulgação | Assessoria do deputado

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), presidida pelo deputado estadual Dr. Bruno Resende (União), ouviu, nesta terça-feira (4), os médicos neurologistas José Antônio Fiorot Júnior, do Hospital Estadual Central; Ângelo Guarçoni Netto, do Hospital Rio Doce, e Thiago Caetano Valadão Azeredo, do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim.

Os médicos falaram sobre os avanços e desafios no atendimento de pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) agudo na rede pública, especialmente na implantação da telemedicina.

Para eles, o serviço pode ajudar no atendimento de pacientes em municípios mais distantes, antes que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) possa fazer a remoção, conforme ressaltou Fiorot, do Hospital Estadual Central, que é referência na área no Espírito Santo.

O presidente da comissão, Dr. Bruno Resende, adiantou que se reunirá com gestores da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para que possam reavaliar a ampliação e modernização dos serviços.

Uma das preocupações do parlamentar é a quantidade de leitos disponíveis. “A gente precisa continuar avançando”, frisou.

Neurônios

“A cada minuto que o cérebro passa sem receber sangue, quase dois milhões de neurônios morrem. Esses neurônios não vão voltar a funcionar”, alertou o médico José Antônio Fiorot Júnior.

Por isso a importância de constatar o quanto antes os sintomas e evitar sequelas. Conforme revelou, 85% dos AVCs são identificados facilmente ao pedir que a pessoa sorria, dê um abraço ou cante alguma música.

“Se uma dessas três coisas estiver alterada provavelmente é um AVC”, ressaltou.

“A gente não deve esperar passar, não deve dar uma água com açúcar e pedir para deitar para ver se vai melhorar”, completou o neurologista. A pessoa apresenta geralmente paralisia de um dos lados do rosto e perda de força nos braços, além de não conseguir falar claramente.

AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é causando pelo entupimento ou rompimento de vasos do cérebro. Segundo Fiorot, o problema representa 10% das causas de mortes no Brasil: são pelo menos 40 mil por ano na rede SUS.

Aqui no Espírito Santo, pelo menos 4,3 mil capixabas têm AVC todos os anos, ou 10 ocorrências por dia.

Entre 80% a 85% deles são isquêmicos, ou seja, causam a obstrução de artérias cerebrais. Uma vez que os sinais da doença sejam percebidos, o ideal é que o Samu 192 seja acionado para que o paciente seja levando rapidamente a um serviço de referência.

AMPLIAÇÃO DE SERVIÇOS

O Dr. José Antônio Fiorot sugeriu a ampliação dos serviços de referência, hoje restritos a Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Colatina. Conforme um projeto já existente, o ideal seriam três unidades na região Norte e Nordeste, sendo mais uma em Linhares ou São Mateus e a outra Nova Venécia ou Barra de São Francisco, e outras no Sul, em Guaçuí ou Alegre.

De acordo com Fiorot, esse estudo foi feito ainda numa época em que não existia a possibilidade do teleatendimento. O projeto trabalha com a hipótese de que qualquer capixaba de qualquer região do Estado possa ser removido pelo Samu 192, para receber atendimento médico em uma dessas cinco unidades de referência no prazo de até três horas.

Os convidados concordaram com a necessidade de avanços. Neurocirurgião do Hospital Rio Doce, em Linhares, Ângelo Guarçoni Netto afirmou que a unidade filantrópica tem vocação para a alta complexidade, incluindo, num primeiro momento, a trombólise venosa e, posteriormente, a trombectomia mecânica. Ambos os procedimentos são usados no tratamento do problema em fase aguda.

O neurocirurgião do Hospital Central Leandro de Assis Barbosa reforçou que o uso da telemedicina abriria mais “portas de entrada” para os doentes e cobrou a inclusão das unidades básicas de saúde tipo I e II no plano, uma vez que 70% dos pacientes têm oclusão de pequenos vasos.

Essa situação pode ser resolvida com trombólise (injeção de uma substância que dissolve o coágulo). Já a tromboctemia mecânica é uma cirurgia usada para casos mais graves.

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