Páscoa: nutricionista alerta para o consumo de açúcar por crianças
O especialista lembra que o ovo de chocolate não é recomendado para os pequenos com menos de dois anos
A Páscoa está chegando e os mercados estão lotados de ovos de chocolate que chamam a atenção da criançada. Nesta época, em que a casa costuma “se encher” de chocolates, os pais devem controlar o consumo dos filhos para evitar desequilíbrio na alimentação e os efeitos negativos associados ao açúcar e às gorduras presentes no doce. Além disso, é importante se atentar para a idade mínima em que as crianças podem consumir o açúcar, um dos ingredientes mais presentes nos ovos de Páscoa.
De acordo com o nutricionista Erival Amorim, existe uma recomendação de que as crianças não devem consumir açúcar até os dois anos de idade. Ele lembra que como os ovos da Páscoa são basicamente feitos de chocolate, leite e açúcar, não é recomendado que crianças com menos de dois anos consumam esses alimentos.
Erival explica que o trato gastrointestinal da criança ainda não está completamente formado até os dois anos de idade e em contato com o açúcar aumenta o risco de sensibilidade à glicose, de diabetes, além de aumentar o risco de sobrepeso e obesidade infantil. O professor de nutrição da Estácio ainda destaca que o consumo de açúcar em excesso por crianças também está relacionado com a ocorrência de problemas dentários, como o surgimento de cáries.
Como os pais devem agir?
De acordo com o professor, a melhor maneira dos pais lidarem com as crianças e o consumo de açúcar neste período do ano é dando exemplo em todos os momentos da vida. Além disso, controlar o consumo e não proibir é outra dica importante.
“Muitas vezes os pais consomem uma quantidade grande de açúcar e as crianças vivenciam isso no dia a dia. Com a proibição dos pais, as crianças vivem uma restrição e podem desenvolver transtornos alimentares. Por isso os pais devem orientar essas crianças sobre uma alimentação saudável e a família também deve ter bons hábitos alimentares. Não adianta a família propor algo para os pequenos e não ser o exemplo”, frisou.
O nutricionista lembra ainda que o ovo da Páscoa é uma tradição, onde as crianças têm contato no supermercado, com os coleguinhas da escola e às vezes os familiares dão de presente. Por isso, a dica é ter cuidado com a quantidade e a frequência do consumo do alimento nesse período, mas não restringir completamente para as crianças em idade em que o consumo é liberado.
“Os pais não devem colocar o chocolate como uma recompensa para a criança comer o almoço todo, por exemplo. Eles precisam orientar e controlar a quantidade e a frequência do consumo desse alimento. Mas para os menores de dois anos, não deve haver consumo do açúcar”, afirmou.
Erival ainda lembra que existem opções de ovo da Páscoa com um teor de cacau maior e menos açúcar. Ele destaca a importância de observar o rótulo para saber a quantidade de açúcar no produto e também de aditivos e conservantes.
“A dica é: quanto maior a lista de ingredientes, mas prejudicial à saúde aquele alimento é. Por isso é importante analisar bem os rótulos antes de levar o produto para casa”, afirmou.
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