Gaming Parque: escola pública terá aulas voltadas para gamificação
A iniciativa é da atleta medalhista olímpica e multicampeã no vôlei de praia Adriana Samuel
Uma área voltada para a gamificação, com trabalho em equipe, desenvolvimento de estratégias, conhecimento em inglês e design gráfico. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Prezideu Amorim, no bairro Bonfim, tem agora um espaço voltado para 100 jovens atletas, com idades entre 12 e 17 anos, aprenderem, gratuitamente, a jogar games mobile de forma profissional.
A unidade de ensino está recebendo o projeto Gaming Parque, idealizado e liderado pela atleta medalhista olímpica e multicampeã no vôlei de praia, Adriana Samuel, uma iniciativa inédita no Espírito Santo, com o patrocínio da Vale por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, e apoio da Secretaria Municipal de Educação de Vitória (Seme).
“Vocês vão iniciar uma série de oportunidades em relação à gamificação. Através dos jogos, vocês também terão conteúdo pedagógico, aprendizado, contato com a tecnologia, é uma diversão que vai se traduzir em melhoria do clima escolar, uma diversão que vai trazer oportunidades. Nós temos muito orgulho de receber o primeiro projeto da Adriana Samuel fora do Rio de Janeiro. E a Emef Prezideu Amorim, no Bonfim, será a sede desse projeto que, temos certeza, será de muito sucesso”, afirmou o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, na solenidade de abertura do Gaming Parque, na tarde desta segunda-feira (8).
“De todas as minhas iniciativas, essa é a mais desafiadora, é a primeira vez que inicio um projeto fora do Rio de Janeiro. Esse é um espaço de dedicação, de novas oportunidades, de aprendizagem e de muitas alegrias. Quero fazer um agradecimento muito especial à equipe da escola, vocês são parte fundamental para o sucesso desse projeto, à Prefeitura de Vitória. E dizer também que de nada adianta ter o entusiasmo, a vontade, a garra que eu tenho se não tiver de fato um agente de transformação por trás. Muito obrigado à Vale”, destacou a medalhista olímpica e empreendedora Adriana Samuel.
A expetativa entre os estudantes inscritos é grande. Eles estão empolgados para começar as atividades, que já terão início esta semana.
“Eu acho o game muito bom. Aqui, ou eu vou ser jogador ou pró-player. A gente pode até criar um jogo aqui”, contou Hugo Gabriel, do 7º ano. Da mesma turma, Henrique Potratz adorou a sala nova da escola e não vê a hora de participar das atividades. “Eu queria participar, achei legal. Espero encontrar aqui companheirismo, amizade, conhecer pessoas novas. É uma coisa nova, quero descobrir”, disse.
Ao todo, serão quatro turmas participando do projeto, com aulas às segundas e quartas-feiras ou às terças e quintas-feiras, das 16h às 18h ou das 18h às 20h. Na sexta-feira, as aulas são de inglês e design gráfico, com turmas das 16h às 20 horas.
Oportunidades
O Brasil é o maior mercado de games da América Latina e possui mais de 101 milhões de jogadores. Os dados são do último levantamento da consultoria internacional em games, Newzoo, mostrando que os jogos eletrônicos movimentam cerca de US$2,7 bilhões no país. O mercado promissor do e-sports chamou a atenção de Adriana Samuel para a criação de um projeto social.
Além da capacitação nos e-sports, o Gaming Parque oferece cursos complementares de inglês e design gráfico, além de estações de computadores equipadas para que os estudantes façam transmissões ao vivo de suas gameplays de jogos como League of Legends, FIFA e Roblox. A iniciativa conta com a curadoria técnica de Thiago Milhazes, ex-diretor geral do Prêmio eSports Brasil e co-fundador do Flamengo eSports, e Coordenador Técnico do Gaming Parque da Rocinha, no Rio de Janeiro, inaugurado em abril de 2022.
“Ressignificar um jogo que os estudantes já conhecem. A escola é um lugar para transformar conteúdos. Nós estamos recebendo um projeto que transforma realidades, ampliando repertórios, trazendo novas oportunidades. A convivência, as estratégias, os grupos, as amizades, tudo isso é potencializado, agregando competências aos nossos estudantes. A sala do Gaming Parque é uma comunidade dentro da escola”, ressaltou a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner.
A iniciativa para trazer o projeto a Vitória tem a parceria da Vale. Henrique Lobo, da área de relações institucionais da empresa, falou sobre a importância da ação.
“Esse é o valor para a Vale, a parceria, os projetos sociais. Vitória está sendo a primeira cidade a receber o Gaming Parque pela Vale. É muito gratificante ter a comunidade participando dos nossos negócios”, disse.
Para viabilizar a realização do Gaming Parque na Emef Prezideu Amorim, a Seme fez um investimento de R$ 33.896,09, criando a sala que será usada para as aulas, além das cabines de transmissão, adequação de pontos de energia e instalação de vidros.
Fundadora do projeto
Adriana Samuel é uma das pioneiras no vôlei de praia feminino do Brasil e também em medalha olímpica feminina, tendo conquistado a histórica medalha de prata em Atlanta, em 96. Hoje, ela é empreendedora e gestora de patrocínio esportivo, trabalhando com nomes consagrados nas Olimpíadas e Paraolimpíadas.
Ela acredita no poder transformador dos esportes para a formação do cidadão de maneira prática, por isso também se dedica a coordenar 5 projetos esportivos de inclusão social, sendo o mais novo dedicado aos e-sports: o Gaming Parque.
“O meu objetivo é usar os jogos eletrônicos como ferramenta de transformação de vidas e inclusão digital e social. Com o apoio da Vale, quero oferecer a melhor estrutura para estudantes do entorno da comunidade, tornando possível entrar nesse mercado. Quem sabe os jovens possam descobrir uma vocação ou se tornarem pro player, ou streamer, da mesma forma, abrimos um leque de conhecimento sobre outras profissões que estão por trás dessa indústria que só cresce,” contou Adriana.
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