Indústrias do ES se destacam e ganham mercado nacional
Encontro realizado na Findes reuniu grandes indústrias para apresentarem os investimentos previstos para o ES
As indústrias capixabas têm se destacado no cenário nacional quando o assunto é fornecimento de serviços no setor de base e construção. Prova disso é o salto que as empresas locais tiveram ao fornecer para projetos de grandes companhias no Brasil, passando de uma participação de 8%, em 1990, para 60% em 2022.
Para mostrar as perspectivas e oportunidades voltadas para a cadeia de fornecedores do Espírito Santo, representantes da ArcelorMittal, Vale, Samarco, Suzano e Petrobras apresentaram os investimentos que estão fazendo no país e no Estado, nesta terça-feira (30), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
O encontro foi realizado pela Câmara Setorial de Base e Construção da Findes e também marcou o lançamento da 16ª Mec Show e da 11ª ES Oil & Gas, além de apresentar um estudo que mostra o cenário de investimentos previstos para o ES e Brasil, entre 2023 e 2027, nas áreas de petróleo e gás, papel e celulose, mineração e siderurgia.
Em sua fala de abertura, o presidente em exercício da Findes, Paulo Baraona, destacou como a construção de agendas coletivas que envolvem grandes empresas tem sido extremamente positiva para o Estado. “É por meio de debates qualificados que estamos construindo estratégias para melhorar a formação de mão de obra, por meio do Senai ES e do IEL-ES. A Findes acredita que o trabalho conjunto, com nossos programas e parcerias, auxilia na melhora do ambiente de negócios e fortalece a cadeia de fornecedores”.
O vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, também esteve presente. Em sua fala, ele destacou que o Espírito Santo precisa estar conectado aos acontecimentos do Brasil e do mundo, porque é um Estado dependente de empresas inseridas no mercado nacional e global. Ele também elogiou a capacidade empreendedora das indústrias do ES, que cada vez mais estão presentes na construção de importantes projetos nacionais. E acrescentou que para essa permanência são necessárias muitas ações de governo, nas esferas estadual e federal.
“Ainda há muito o que fazer para melhorar a competitividade das nossas indústrias, como o Brasil discutir uma política de gás adequada e compatível para o setor industrial. A molécula de gás no Espírito Santo está sendo paga muito acima de outros estados como Santa Catarina e Bahia, disse.
Ferraço também trouxe os debates que o Executivo estadual tem defendido junto ao federal como a questão da BR-101, a expansão da Ferrovia Sul Litorânea – com expectativa que em junho a Vale apresente o cronograma de ações a serem feitas -, e as movimentações acerca das rodovias 262 e 259. Ele citou ainda as movimentações que o governo do Estado tem feito, com auxílio de subsídios técnicos da Findes, para estimular avanços no setor do gás natural.
Já o presidente da Câmara de Base e Construção da Findes, Antônio Falcão, trouxe o panorama de obstáculos que impactam os segmentos da indústria de base no Estado. Dentre eles, a profissionalização industrial. Por este motivo, é uma frente que tem recebido atenção especial da Federação e da Câmara, por meio de ações estruturantes, e os investimentos direcionados ao ES é a prova de que o setor caminha na direção certa. “Quando olhamos o salto que os fornecedores do Estado tiveram, passando de 8% de fornecimento para grandes empresas em 1990, para 60% em 2020, observamos que temos que dar continuidade, ainda com mais ênfase, na busca de oportunidades de negócios para as empresas capixabas”.
Falcão também destacou as entidades que compõem a Câmara – Sindifer, Sindicopes, Sinduscon e CDMEC -, apresentou a divisão por setores das 113 fornecedoras que a integram, além de mostrar como vem sendo feito o trabalho de aproximação com as grandes plantas industriais.
O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) – que está dentro da Câmara de Base e Construção da Findes – tem atuado para propiciar o desenvolvimento das empresas locais, para que elas sejam inseridas no mercado de compras dos grandes investidores industriais do Estado, do país e do exterior.
As oportunidades em investimentos previstos tanto para o Brasil quanto para o Espírito Santo estão no estudo que foi apresentado pelo consultor do PDF ES, Durval Vieira de Freitas. Ao todo, o material traz R$ 753 bilhões para o país e, deste montante, R$ 73,1 bilhões serão desenvolvidos no Estado – o que reforça como os fornecedores capixabas da indústria de base e construção têm ganhado força para atender às demandas de fora.
Debate com as grandes empresas
O evento contou também com um debate entre as grandes empresas, em que cada uma apresentou os projetos em andamento e os investimentos previstos que abrem oportunidades para a cadeia de fornecimento capixaba. O encontro foi mediado pelo jornalista e colunista de A Gazeta, Abdo Filho.
A ArcelorMittal Tubarão foi representada pelo vice-presidente de operações, Jorge Adelino, que mostrou que a empresa tem direcionado R$ 3 bilhões em compras de materiais e contratação de serviço no Estado. A empresa também destacou uma visão futura no ES de expandir a capacidade de produção de bobinas laminadas a frio e revestidos, para capturar o mercado consumidor.
O diretor de Serviços Industriais de Pelotização da Vale, Luiz Gustavo de Oliveira, apresentou que a mineradora investiu R$ 3,6 bilhões em compras junto a fornecedores locais do ES, em 2022. De janeiro a abril deste ano, o montante chega a R$ 1,27 bilhão.
Com a Petrobras, a indústria capixaba representa o 5º lugar dentre os estados brasileiros no ranking de despesas com bens e serviços. “Em 2022, foram R$ 1,9 bilhão de gastos com quase 600 empresas do ES”, destacou o gerente geral de Relacionamento com o Mercado Fornecedor, Gestão de Risco e Soluções Digitais de Suprimentos, Márcio Pereira.
Márcio também ressaltou que há 290 oportunidades em aberto pela multinacional, nos segmentos de tanques e armazenamento, motores pneumáticos, bombas centrífugas, sistemas de ar-condicionado, manutenção em compressores, dentre outros.
O diretor de Operações da Samarco, Sergio Mileipe, falou que os investimentos previstos para 2023, voltados para o Espírito Santo e Minas Gerais, são de R$ 1,6 bilhão. E por ano, o valor de compras da mineradora de fornecedores locais chega a R$ 400 milhões.
Já o representante da Suzano, Rodrigo Balbino, explicou o trabalho socioeconômico que a empresas de papel e celulose desenvolve no Espírito Santo. São R$ 200 milhões de investimentos previstos para este ano, incluindo despesa de capital e, deste valor, cerca de R$ 100 milhões estão dentro do Estado.
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