Uma das perguntas mais feitas nessa época do ano é se o inverno vai ser frio ou rigoroso em 2023?. Todo o ano é a mesma dúvida, já que existem anos em que o frio é mais persistente e intenso, embora invernos mais gelados tenham se tornado menos frequentes com as mudanças no clima.
Antes de começar a responder ao questionamento é preciso explorar o conceito de inverno rigoroso. Mas, afinal, o que faz a estação ser rigorosa? Não existem critérios objetivos que estejam na literatura técnica.
É algo essencialmente de percepção e, como estamos acostumados a ver nas redes sociais em comentários, cada pessoa percebe o clima de forma diferente. Para a maioria das pessoas, um inverno rigoroso seria de temperatura baixa muito frequente e meses mais frios do que a média.
Mas, para outros, um inverno nem tão frio, mas muito úmido, pode parecer duro de enfrentar. Quantas vezes ouvimos das pessoas que elas preferem frio intenso e seco a umidade.
Então, faltam dez dias para o começo do chamado inverno meteorológico, o período que na climatologia é compreendido pelo trimestre de junho a agosto. É diferente do inverno pelos critérios astronômicos que só tem início no dia 21 de junho, às 11h58.
Neste ano, é altamente provável que tenhamos em cena um velho conhecido influenciando o clima na estação: o fenômeno El Niño. Caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas superficiais do Oceano Pacífico na região equatorial, o fenômeno altera o padrão de circulação geral da atmosfera no planeta e mexe com o clima em todo o mundo, inclusive no Brasil.
A última vez que o trimestre de inverno (junho a agosto) teve anomalias de temperatura do mar em padrão de El Niño no Pacífico foi em 2015, quando começou o Super El Niño do biênio 2015-2016. O trimestre teve temperatura muito acima da média no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, exceção do Espírito Santo.
Inverno será mais rigoroso ou frio?
A estação foi de chuva acima da média em grande parte do Sul do Brasil. Na penúltima vez, o trimestre de inverno com índice ONI (Ocean Niño Index) com padrão de El Niño se deu em 2009. A chuva ficou acima da média em quase todo o Sul do Brasil, exceção de áreas do Centro para o Oeste e o Sul gaúcho, e também em muitas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste, especialmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Já a temperatura ficou perto da média em quase todo o Centro-Sul do país, embora alguns poucos locais com marcas acima das normais climatológicas. Já a antepenúltima vez de trimestre com El Niño presente ocorreu em 2004.
A temperatura média dos três meses ficou abaixo da média no Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do estado do Paraná enquanto nos demais estados predominaram marcas perto da climatologia histórica. Era um El Niño fraco e a estação teve chuva abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil, exceto por pontos do Mato Grosso do Sul, o litoral de São Paulo e o Rio de Janeiro.
No entanto, se depender dos modelos de clima, gerados por supercomputadores e uma das ferramentas de maior importância em projeções de longo prazo, o inverno de 2023 terá muito mais características de 2015 do que 2004 ou 2009 na temperatura. Já a chuva ficaria um sinal intermediário entre 2009 e 2015, dois anos em que a precipitação aumentou muito durante a segunda metade da estação astronômica.
Fonte: MetSul
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