Na sessão da Câmara Municipal, na última noite de segunda-feira (21), o presidente da casa, vereador Valmir Santiago, se mostrou perplexo e indignado. Ele apontou problemas no atendimento feito pela Secretaria Municipal de Saúde e quer explicações para a demora na marcação de consultas e exames em Guaçuí.
Valmir Santiago citou dois casos, os quais diz não se justificarem. Ele contou sobre um cidadão que estava tentando cadastrar e marcar uma consulta urológica no sistema da Secretaria desde março. “É uma consulta que precisa ser marcada em regime de urgência e quero saber se vai esperar o cidadão morrer primeiro”, questionou. “E se alguém achar que é mentira, levo o cidadão – que está andando para lé e para cá – até onde for necessário, para confirmar a situação que está acontecendo”, completou.
E, depois, o vereador contou sobre uma senhora que está enfrentando demora para marcação de um exame de sangue desde abril. Ele conta que a cidadã só conseguiu agendar “um exame simples” no dia 3 de julho, para ser feito no dia 4 de outubro, uma demora de seis meses. “É um exame de sangue, uma coisa simples que foi pedida pelo médico, porque a pessoa precisa, que vai ser feito dia 4 de outubro e que precisa ser mostrado para o mesmo médico, mas vai conseguir marcar essa consulta para quando, ano que vem?” – pergunta. “É uma falta de responsabilidade, é um direito da população que não pode pagar um exame particular e que vai ter que esperar abril, julho e outubro, vai acabar virando presente de Papai Noel”, completou.
Demora de exames criou fila digital
Valmir Santiago recebeu o apoio de outros vereadores. Nelsinho Salvador contou que colocou R$ 54 mil de sua emenda impositiva para exames laboratoriais e quer saber o que está acontecendo. “O que tenho visto é a falta de capacidade de gerir a saúde do município, com PSF que não funciona e demora nos exames, porque acabou a fila em frente à AMA (Agência Municipal de Agendamento), mas tem uma fila digital que não aparece”, disse. “Esse é um direito da população que utiliza o SUS, mas a Prefeitura não faz sua parte”, ressaltou.
E o vereador Julinho Tererê se disse surpreso em ver uma pessoa ter um exame marcado para uma data tão distante. Segundo ele, a pessoa acaba fazendo um sacrifício e pagando para fazer no particular. “Aí, vemos o prefeito dizer que muitos exames são marcados e as pessoas não aparecem, mas deve ser porque não tem como ir com a certidão de óbito na mão”, afirmou.
Resposta
Em nota enviada ao portal Aqui Notícias, a Secretaria Municipal de Saúde inicia a resposta colocando que, “primeiramente, salientamos que o SUS tem 32 anos e que, há 27 anos, não é reajustada a tabela SUS integralmente”. A Secretaria também coloca que tem um orçamento anual fixo e que atende, diariamente, 60 pacientes com exames em cinco laboratórios credenciados, sendo atendidos “30 pacientes via sistema e outros 30 por demanda espontânea acometidos de câncer, pré-operatório, pré-natal, insuficiência renal, transplantado e outros de urgência”. Segundo a nota, isso somado, chega a 1.320 pacientes, por mês, divididos em 22 dias úteis. “Os exames em espera são exames de rotina considerados de não urgência”, conclui.
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