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Cidades

Setembro Amarelo: palestra reforça ações para salvar vidas em Cachoeiro

Câmara de Cachoeiro promoveu palestra pela campanha de prevenção ao suicídio

Por Redação

4 mins de leitura

em 14 de set de 2023, às 13h20

Foto: Divulgação CMCI
Foto: Divulgação CMCI

Com o tema “Você não está sozinho”,  a Ouvidoria Legislativa da Câmara Municipal realizou nesta quinta (14), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, evento em alusão ao Setembro Amarelo: campanha de prevenção ao suicídio.  A palestrante, Juliete Olinda Buffon Mesquita, é psicóloga clínica e atende, hoje, mulheres vítimas de violência doméstica na Unidade de Saúde da Mulher Drª Glaura Moreira – Casa Rosa. 

O evento contou com a participação do secretário Municipal de Saúde, Alex Wingler Lucas, do presidente da Câmara, vereador Brás Zagotto e do deputado estadual Allan Ferreira, ambos do Podemos. Participaram do debate também vereadores, assessores parlamentares, servidores da Câmara e da secretaria e demais presentes de outros grupos da sociedade civil.

O vereador Alexandre de Itaoca (PSB), Ouvidor Legislativo da Câmara, parabenizou a assessoria da ouvidoria pelo empenho na realização do evento e à equipe da presidência da Casa pela gestão e pelo comprometimento com o tema. “Através destas pessoas, a Câmara está sempre à disposição, de portas abertas para discussões importantes como esta”.

Emocionado, ele também relatou como o falecimento recente do próprio pai o fez se atentar para a importância da prevenção: “Quando aconteceu, a primeira coisa que pensei foi: por que não levei pra minha casa antes? Ele se sentia solitário e não me dei conta, afinal tinha filhos, netos, amigos, boa renda, ou seja, uma vida bem estruturada. Perdi meu pai por falta de atenção, percepção e conhecimento e foi terrível aceitar”.

Mauro César, assessor da ouvidoria, ressalta a importância do evento para a conscientização da própria equipe. “Quem atende às pessoas, principalmente em órgãos e entidades públicas, precisa lidar com todo tipo de situação. Então, mesmo não sendo profissionais da área, podemos estar atentos e ajudar a salvar vidas, dando a atenção necessária e, se preciso, encaminhando corretamente cada caso”.

As pessoas se fecham quando acham que serão julgadas

Wingler destacou que, apesar de ser um problema de saúde pública bastante complexo, o SUS tem se preocupado e trabalhado muito para diminuir os casos. “Mas é importante acreditarmos nas pessoas e nas suas queixas. Ouvir e acolher”.

Uma das principais formas de prevenção ao suicídio, relatadas pela palestrante, é o acolhimento. “É preciso haver confiança, na família e no profissional, para que a pessoa se abra e possa ser ajudada. Muitos, por medo do julgamento ou da exposição, sofrem sozinhos e acabam chegando a este extremo. Se você vai ouvir, acolher alguém, não subestime ou compare o sofrimento. Cada um sente a dor de uma forma. Deixe a pessoa se expressar de forma livre, segura e confortável”, explica.

De acordo com os dados apresentados, entre 85% e 95% das pessoas que morrem por suicídio têm algum problema de saúde mental que não foi diagnosticado ou não foi tratado forma adequada, como depressão, transtorno de ansiedade, esquizofrenia, alcoolismo e abuso ou dependência de outras drogas e transtornos de personalidade. No mundo, são mais de 800 mil casos por ano, sendo a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking, registrando quase 11 mil mortes no mesmo período.

Atenção

“É importante lembrarmos que os fatores que levam uma pessoa a cogitar tirar a própria vida são múltiplos e diversos. Por isso, não podemos considerar falas isoladas de contextos e espaços de tempo maiores. Mas podemos ter atenção especial a falas recorrentes como: ‘Eu preferia estar morto’, ‘Eu não posso fazer nada’, ‘Eu não aguento mais’, ‘Eu sou um perdedor e um peso pros outros’, ‘Os outros vão ser mais felizes sem mim”, ensinou a psicóloga.

Precisa de ajuda? As Ouvidorias da Câmara estão à disposição para orientar quem precisar ou os cidadãos podem procurar diretamente as unidades de saúde dos bairros ou os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS).

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