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Saúde e Bem-estar

Sífilis: taxas atingem patamares superiores ao período pré-pandemia

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde, houve um aumento de 23% nos casos, em todo o país, nos últimos dois anos

Por Redação

3 mins de leitura

em 25 de out de 2023, às 14h11

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Outubro é o mês de prevenção à sífilis, e os números mostram que há motivos para se preocupar. Essa infecção sexualmente transmissível (IST), que é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue e de mãe para filho, vem apresentando um aumento no número de notificações. “A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas em suas formas mais graves o não tratamento adequado pode levar à morte”, alerta a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.

A especialista salienta que é preciso reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis em ambos os sexos, assim como na gestante durante o pré-natal. De acordo com a edição deste mês do Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde, em 2021 e 2022 as taxas de detecção de sífilis adquirida atingiram patamares superiores ao período pré-pandemia, com aumento de 23%, passando de 80,7 para 99,2 casos por 100 mil habitantes no Brasil. 

No ano passado, O Espírito Santo foi um dos 12 estados que mostraram taxas de detecção superiores à nacional: foram 170,4 casos/100 mil habitantes. O Estado também ficou entre os 11 que apresentaram taxas de incidência de sífilis congênita – transmitida de mãe para filho – superiores à taxa nacional de 10 casos por mil nascidos vivos: no Espírito Santo foram 11,9/ 1.000.

Sintomas difíceis de perceber

Na primeira fase da sífilis, logo depois que a pessoa é infectada, surge uma lesão, o cancro duro, que tem como característica ser tipo ulcera, geralmente única, indolor, com bordas endurecidas e de fundo liso e brilhante. “Essa lesão surge cerca de 21 dias após a exposição à bactéria. Por ser indolor, e comumente em região genital, acaba passando desapercebida pela maioria dos infectados”, aponta Ana Carolina. 

Se a doença não for tratada de forma adequada, ela progride para o estágio chamado de sífilis secundária. Nessa etapa, a principal manifestação são lesões cutâneas, erupções ricas de treponema, que podem ser diagnosticadas como alergia forte para um olhar desatento que não cogita a hipótese de sífilis. 

Caso a pessoa siga sem o diagnóstico ou tratamento eficaz, a infecção progride para a fase latente, na qual os sintomas anteriores desaparecem, mas a bactéria persiste no organismo do infectado de forma lenta e progressiva. “Nessa fase o diagnóstico é possível somente se forem feitos testes específicos, uma vez que o paciente não manifesta sintomas”.

Duas das consequências mais graves da sífilis não tratada são a sífilis congênita, infecção que é passada de mãe para filho durante a gestação; e a sífilis terciária, fase em que a deterioração dos órgãos, provocada pela sífilis, se manifesta e pode demorar de 10 a 20 anos para aparecer, manifestando-se como alterações cardiovasculares ou alterações neurológicas graves.

“Previna-se usando preservativos durante todas as relações sexuais. Essa é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal também é uma medida essencial para o controle da sífilis congênita”, explica a infectologista.

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