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Muniz Freire

Vereador renuncia e chama Câmara de “puxadinho da Prefeitura”

Rodrigo Pope protocolou o requerimento renunciando ao mandato, na tarde desta segunda (2), e afirma que não seguiria sendo “voz no deserto” no Legislativo

Por Redação

3 mins de leitura

em 03 de out de 2023, às 10h05

Foto Reprodução Câmara de Muniz Freire

O vereador Rodrigo Pope (PSB), de Muniz Freire, protocolou requerimento renunciando a seu mandato, na tarde desta segunda-feira (2), alegando que tomou a decisão porque o Legislativo se tornou um “puxadinho da Prefeitura”. O ato deverá ser oficializado na próxima sessão da Câmara Municipal que acontece nesta quarta-feira (4).

Com essa oficialização em plenário, o mandato será considerado vago e convocado o suplente. Conforme os resultados das últimas eleições, em 2020, a primeira suplente de vereador, do PSB, é a ex-primeira dama do município, Soninha Mignone, esposa do ex-prefeito Paulinho Mignone. Ela deve assumir a vaga.

Em entrevista ao portal Aqui Notícias, Rodrigo Pope argumenta que tomou a decisão de renunciar, porque o Poder Executivo “tem imposto uma agenda ao Poder Legislativo contrária aos interesses do nosso povo”. “A Câmara se tornou um ‘puxadinho da prefeitura’ e basta ver que até os comissionados do Legislativo são indicados do prefeito”, dispara.

Projetos da Prefeitura

Ele alega que projetos que não atendem os interesses da população tem recebido a aprovação dos vereadores. A maioria compõe a base de apoio ao prefeito Dito Silva. “E eu não me permitiria seguir sendo parte dessa que, provavelmente, será uma Legislatura de legados unicamente negativos”, ressalta.

Ele ainda relata que o subsídio dos vereadores foi reajustado em praticamente 100%, para a próxima legislatura, “assim como do prefeito”. Recursos que, segundo ele, deveriam custear serviços públicos de qualidade. “E todos os dias há contratações (na Prefeitura) e a Câmara está para avalizar, já na próxima sessão, a criação de mais duas secretarias municipais: cultura e turismo”, conta. “Quem assistiu à última sessão viu que, com a aprovação das matérias em pauta, deixei o Plenário antes do fim, já consciente de que eu não me prestaria a seguir ali sendo voz no deserto”, completa.

Antes da renúncia, Rodrigo Pope já havia afirmado que renunciaria ao mandato, caso uma CPI aberta na Câmara não comprovasse irregularidades em contratos da Prefeitura para a manutenção de veículos. Contudo, a CPI não apresentou provas de irregularidades, com Rodrigo Pope colocando que a mesma tinha sido dominada pelos vereadores que apoiam o prefeito. Por isso, acabou permanecendo na Câmara Municipal.

Ausência e Boletim de Ocorrência

Depois, conforme publicado pele jornalista Flávio Cirillo, na coluna Bastidores, do portal Aqui Notícias, o então vereador andava sumido das sessões e o mesmo estava trabalhando em Rondônia. Ele, na época, justificou dizendo que os outros vereadores fariam menos do que ele, mesmo estando presentes. E que era vereador sem receber nada, porque se negava a ter salário por um serviço que deveria ser gratuito. Por isso, precisa trabalhar “para prover as necessidades da minha família”. “Eu não vivo da política como a maioria dos vereadores vivem”, afirmou á coluna na ocasião.

E, finalmente, mais recentemente, ele se viu envolvido em uma confusão com o procurador da Câmara Municipal, Matheus Sobreira, que o está acusando de lhe fazer ameaças. Também foi aberto um processo de medidas cautelares. A discussão foi registrada em Boletim de Ocorrência feito pelo procurador e teria acontecido em uma lanchonete.

Rodrigo Pope nega que o fato tenha ocorrido e que sua renúncia nada tem a ver com isso. Ele afirma que a Justiça vai revelar que a narrativa é “fantasiosa e absurda”. “Até o dia em que o procurador alega haver sido ameaçado, eu não conhecia sequer a voz dele, não havendo motivos próximos ou remotos para ameaçá-lo”, afirma.

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