Cantora cachoeirense e médica faz show com canções de Roberto e Erasmo
Cachoeiro de Itapemirim, a artista possui relação afetiva com as canções da Jovem Guarda e selecionou o repertório de forma a destacar as diferentes fases da carreira do Rei
A cantora cacho, compositora e médica Ana Rita Novaes vai interpretar as canções de Roberto e Erasmo em show na próxima sexta-feira (1º), às 19h30, no Quintal do Djavan, em Fradinhos, Vitória. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, a artista possui relação afetiva com as canções da Jovem Guarda e selecionou o repertório de forma a destacar as diferentes fases da carreira do Rei.
Sucessos como “As curvas da estrada de Santos”, “Eu sou terrível”, “Detalhes” e “Como é grande o meu amor por você” estarão presentes, assim como “Meu pequeno Cachoeiro”, composição de Raul Sampaio que virou o hino oficial da cidade. Ana Rita será acompanhada por uma banda formada pelo contrabaixista, arranjador e diretor musical Paulo Sodré, o baterista Dhyego Damasceno e o tecladista Geremias Rocha.
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O show “Ana Rita canta Roberto e Erasmo Carlos” foi apresentado inicialmente no 244 Club, em julho deste ano. Em seguida Ana Rita levou o espetáculo para Portugal, no espaço Samambaia, em Lisboa, com o acompanhamento de Tato Rezende (violão) e Felipe Caneca (teclados). Em outubro, apresentou-se no Quintal do Djavan, com lotação esgotada, o que motivou o convite para a nova data.
Ela conta que sua admiração por Roberto Carlos começou na infância, em meados dos anos 1960, quando assistia aos programas da Jovem Guarda na TV Record. Na adolescência, passou a acompanhar os shows do cantor nas festas de aniversário de Cachoeiro. “Gostava de ouvir os discos dele, a suavidade da sua voz, e depois passei a admirá-lo como compositor e também as qualidades que o fizeram manter-se como o Rei por tanto tempo”, afirma.
A parceria de Roberto com Erasmo, para Ana Rita, era imbatível. “Era uma dupla perfeita, com polos diferentes, porém complementares. Diferentemente do Roberto, Erasmo tinha o ar irreverente, bem-humorado. As músicas da dupla conseguem retratar com profundidade os sentimentos de grande parte das pessoas ao unir simplicidade e letras sentimentais”, define.
Cantora cachoeirense escolhe repertório da Jovem Guarda
A maior parte das 18 canções escolhidas para o repertório é fruto dessa parceria. O show retrata a inocência roqueira da Jovem Guarda (“Gatinha manhosa”, “Eu sou terrível”), o flerte com a soul music (“Sua estupidez”), a fase setentista (“Detalhes”, “É preciso saber viver”, “Não se esqueça de mim”) e as baladas compostas pela dupla a partir dos anos 1980 (“Emoções”, “Fera ferida”).
Haverá espaço para homenagens a Erasmo Carlos em “O Caderninho”, “Cachaça Mecânica” e “Mais um na multidão”, parceria de le com Marisa Monte e Carlinhos Brown. O público certamente irá apreciar a releitura de “Negro gato”, canção de Getúlio Côrtes que se tornou um dos maiores sucessos da Jovem Guarda na voz de Roberto Carlos.
A cura pela arte
Médica com especialização em pediatria, homeopatia, medicina de família e acupuntura, Ana Rita Novaes fez mestrado e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e vive com intensidade as vertentes da música e da medicina: “Hoje entendo que a arte tem uma capacidade curativa inimaginável, tanto como forma de expressão para quem a produz como para quem interage com ela, numa compreensão ampliada da vida”, afirma. “Inclusive, tenho um poema chamado ‘A Arte Salva’, que expressa essa percepção”, finaliza.
Programe-se
- Show “Ana Rita canta Roberto e Erasmo Carlos”
- Com Ana Rita Novaes
- Data: 1º de dezembro (sexta-feira)
- Horário: 19h30
- Local: Quintal do Djavan – Rua Milton Monjardim, 223, Fradinhos, Vitória – ES, 29.042-550
- Couvert artístico: R$ 35,00
- Reservas: (27) 99841-1679
- Banda: Paulo Sodré (contrabaixo acústico, arranjos e direção musical), Dhyego Damasceno (bateria) e Geremias Rocha (teclados)
Repertório:
- Emoções (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- As Curvas da Estrada de Santos (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- As canções que você fez pra mim (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Proposta (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Não se esqueça de mim (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Falando sério (Maurício Duboc/Carlos Colla)
- Fera ferida (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Cachaça mecânica (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Mais um na multidão (Erasmo Carlos/Marisa Monte/Carlinhos Brown)
- Gatinha manhosa (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- É preciso saber viver (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Como é grande o meu amor por você (Roberto Carlos)
- Eu sou terrível (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Sua estupidez (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
- Meu pequeno Cachoeiro (Raul Sampaio)
- O caderninho (Olmir Stocker)
- Negro gato (Getúlio Côrtes)
- Detalhes (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
Saiba mais sobre a cantora cachoeirense
Ana Rita Novaes iniciou os estudos musicais com 11 anos, no Conservatório de Música, em Cachoeiro de Itapemirim. Por influência do pai, desde cedo teve contato com as canções de Cartola, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Dolores Duran, Paulinho da Viola e Dorival Caymmi.
Na adolescência, tocava violão e cantava com os amigos nos verões de Marataízes. Mais tarde, ampliou o leque de referências ao encantar-se pelas vozes de Gal Costa e Elis Regina, a Bossa Nova de Tom Jobim e Carlos Lyra e a geração da Tropicália, dos Novos Baianos e do Clube da Esquina.
No início dos anos 80, foi aprovada no vestibular de música, na antiga Escola de Música do Espírito Santo (atualmente Fames), onde permaneceu por um ano. Naquela época conquistou o primeiro lugar no Festival de Música de Alegre, como flautista da canção “Navio pirata”, com uma banda composta por universitários.
Ao graduar-se em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), seguiu carreira na área da saúde, trabalhando na Secretaria de Estado da Saúde (SESA), onde se engajou na inserção da homeopatia e da acupuntura no SUS. Criou o Centro de Referência em Homeopatia do governo do Estado e ocupou o cargo de coordenação estadual na SESA e na Secretaria Municipal de Saúde de Vitória.
No ano 2000, voltou a tocar violão e a cantar nas rodas de samba. Em 2018 passou a frequentar o Clube da Música, no Spírito Jazz, em Vitória, o que a estimulou a voltar a estudar canto popular e violão. Em 2019 retornou aos palcos a convite do 244 Club, em Vitória, apresentando-se em seguida no restaurante A Oca, Bendito Bistrô e Raiz do Canto, sempre acompanhada por músicos de excelência como Fábio Calazans, Roger Bezerra, Paulo Sodré e Sérgio Rouver.
Em 2020, durante a pandemia, elaborou o projeto voluntário poético-musical “Colorindo o Cuidado”, voltado para a Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci) com o objetivo de homenagear profissionais da saúde e artistas capixabas.
Autoral
Em 2022, Ana Rita fez um show com canções de Chico Buarque, bossa nova, jazz, samba e MPB, apresentado em duas edições, no 244 Club. Nessa mesma época, valorizou o lado autoral compondo com vários parceiros.
No momento ela dedica-se à gravação de um álbum com as canções “Amazônia”, “Aonde você foi?”, “Eterna Noite” e o blues “Resistir”, em parceria com Paulo Sodré; “Beija Flor”, com Alexandre Mattos; e “Bem querer” e “Valeu”, com Danilo Martins.
Na área médica, produziu o livro em quadrinhos “A Vida de Maria: Um Olhar Feminino sobre Tratamentos Integrais do Câncer de Mama”, resultado do seu doutorado em Saúde Coletiva pela Ufes. Com ilustrações de Thiago Fagner dos Santos Sousa, a obra será lançada no dia 16 de dezembro, das 16h às 19h, durante evento lítero-musical na Pousada Nossa Toca, na Bar ra do Jucu, em Vila Velha.
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