Estudantes flagraram larvas na merenda de escolas públicas do Distrito Federal. Nesta quinta-feira (16/11), alunos filmaram os bichos rastejando no prato de comida servido no Centro Educacional (CED) 1 do Itapoã (foto em destaque).
A cena não foi isolada. Na segunda-feira (13/11), os estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 2 também encontraram e filmaram larvas na merenda servida pelo colégio.
As imagens feitas pelos estudantes são mais um episódio da crise na merenda da rede pública de ensino do DF. Segundo denúncia do Conselho de Alimentação Escolar do DF (CAE-DF), os estoques de arroz e macarrão estão quase esgotados.
Os alunos encaminharam os vídeos com a denúncia para o CAE. A origem da infestação é desconhecida. No entanto, preliminarmente, o CAE suspeita que as larvas estavam no arroz.
O conselho recebeu informações de outros lotes possivelmente contaminados na rede pública, a exemplo de escolas em Brazlândia.
Lote recolhido
Na sexta-feira passada (10/11), o conselho fez diligência no depósito central da Secretaria de Educação no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (Saan) e flagrou a devolução de um lote de arroz.
A Secretaria de Educação argumentou que a carga não atendia aos critérios de qualidade estabelecidos e, por isso, foi solicitada a substituição. O fornecedor foi notificado e, segundo a pasta, vai providenciar a entrega de novo lote.
Investigação
Diante dos fatos, o CAE vai analisar a qualidade do arroz distribuído para as escolas. O conselho vai solicitar os laudos técnicos e a numeração dos lotes nos estoques da rede pública.
Pelas imagens, as larvas seriam carunchos. As infestações podem ocorrer em virtude do calor, da umidade e de condições de armazenamento. Elas perfuram as embalagens e criam condições para infestações cruzadas com outros animais.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Em nota, a pasta informou que “adotou as providências imediatamente e providenciou a retirada do lote de arroz do depósito” do CEM 2 do Gama. Além disso, a direção do colégio comunicou que, “após o incidente, o cuidado com a cantina será redobrado e enfatiza que o trabalho é executado sempre com dedicação e amor”.
“A escola já foi visitada, na terça-feira (14/11), por uma nutricionista da equipe de Diretoria de Alimentação Escolar da SEEDF, para verificação das boas práticas de produção e que foi aberto processo de apuração de responsabilidades”, acrescentou a pasta.
Em relação ao caso do CED 1 do Itapoã, a Coordenação Regional de Ensino do Paranoá “tomou todas as providências em relação ao recolhimento dos alimentos contaminados e quanto à limpeza do depósito”. “A equipe da Diretoria de Alimentação Escolar da SEEDF realizará visita na escola nesta sexta-feira (17/11), pela manhã, a fim de averiguar a denúncia. Caso haja algum gênero impróprio para consumo, os protocolos estabelecidos em Nota Técnica de Monitoramento de Gêneros Impróprios para Consumo serão aplicados, e será aberto processo para apuração de responsabilidades quanto ao fato”, destacou a Secretaria de Educação.
A pasta destacou que as entregas de gêneros não perecíveis no CED 1 do Itapoã ocorreram na semana passada, com todos os itens próprios para consumo, após checklist de qualidade. “Ressalta-se que os casos do CEM 2 do Gama e do CED 1 do Itapoã são tratados, e os gêneros impróprios serão recolhidos e substituídos — sendo de qualquer lote ou gênero em que seja constatada inconformidade. Salientamos que a SEEDF não entrega gêneros impróprios para consumo para as unidades escolares. A gestão dos estoques e a produção das refeições é de responsabilidade de cada uma”, finalizou.
Fonte: Metrópoles
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