A Polícia Civil investiga um ataque homofóbico a um casal na madrugada do último sábado (3), dentro da Padaria Iracema, em Santa Cecília, na região central de São Paulo. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma mulher proferindo ofensas homofóbicas e partindo para cima de dois homens. Ambos tiveram ferimentos no rosto após serem agredidos com socos, tapas e chutes.
“Nunca tinha passado por isso”, disse um dos agredidos, o assessor de imprensa Rafael Gonzaga, de 32 anos. Segundo ele, a confusão começou porque a mulher se incomodou por ter de sair de uma vaga do estacionamento da padaria para que o casal pudesse estacionar o carro.
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Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado na segunda-feira, 5, como preconceitos de raça ou de cor e lesão corporal pela Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi). A mulher ainda não foi formalmente identificada.
A ocorrência se deu por volta de 4h20 de sábado, segundo informações do boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso. O casal relata que estava voltando de uma festa quando decidiu parar na padaria e a discussão começou no estacionamento. A mulher teria se irritado e chegou a empurrar um dos retrovisores do veículo. “A partir daí virou um caos”, afirmou o assessor de imprensa.
Ele afirma que, além de proferir ofensas homofóbicas, a mulher passou a ir para cima dos dois na tentativa de agredi-los fisicamente. “Antes de conseguir entrar na padaria, ela jogou um cone na nossa direção e veio correndo para cima de mim para me dar um chute”, disse. Foi nesse momento que o namorado de Rafael, o engenheiro civil Adrian Grasson, de 32 anos, passou a filmar a mulher.
Rafael conta que a mulher entrou na padaria e passou a tentar direcionar agressões contra ele e o namorado. Mesmo com funcionários e frequentadores do local tentando apartar o ataque, os dois chegaram a ser atingidos e tiveram sangramentos no nariz. As imagens foram publicadas na tarde desta terça-feira, 6, nas redes sociais.
Eles então acionaram a Polícia Militar, que enviou agentes até o local. A abordagem, no entanto, também é alvo de queixa pelo casal. “Eles liberaram ela sem nem pegar o nome e tentaram fazer com que a gente não fosse para a delegacia naquele momento. Falaram: ‘se vocês forem fazer BO agora, não vai ter ninguém para atender vocês'”, disse.
Rafael conta que o casal só registrou o boletim de ocorrência na segunda-feira, orientados por uma advogado. Eles passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML).
Em nota publicada nas redes sociais, a Padaria Iracema informou lamentar o ocorrido. “Esclarecemos que repudiamos veemente qualquer forma de discriminação e desrespeito, informamos que estamos à disposição das autoridades para quaisquer informações e/ou depoimentos e que qualquer tipo de intolerância não será aceita em nossas dependências”, disse.
Questionada sobre o porquê os policiais militares não registraram o nome da mulher apontada como agressora, a Secretaria da Segurança Pública informou que policiais militares do 13º BPM/M atenderam a ocorrência por volta das 5h. “A equipe policial registrou uma notificação de ocorrência, com as versões dos envolvidos, para encaminhamento à delegacia e orientou as vítimas sobre prazo para representação criminal, conforme a Lei 13.964/19”, disse.
Estadao Conteudo
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